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DA QUINQUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA
ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 04-6-2009.
Aos
quatro dias do mês de junho do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini,
Dr. Thiago Duarte, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Juliana
Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Reginaldo Pujol e Toni
Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda
Melchionna, João Carlos Nedel, João Pancinha, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario
Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Aldacir José Oliboni, o Projeto de
Resolução nº 014/09 (Processo nº 2163/09) e pelo Vereador Nelcir Tessaro, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 096/09 (Processo nº 2210/09). Do EXPEDIENTE,
constaram os Comunicados nos 17798, 39852 e 39853/09, do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. A seguir, o Senhor Presidente
registrou as presenças dos Freis Luiz Sebastião Turra e Maximiano Tessaro, da
Paróquia de Santo Antônio do Partenon, convidando-os a integrarem a Mesa dos
trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Frei Luiz Sebastião
Turra, que convidou todos para a Festa e Procissão de Santo Antônio, a
ocorrerem no dia treze de junho do corrente, no bairro Partenon, e proferiu uma benção aos presentes. A seguir,
foi efetuada a distribuição de “pães de Santo Antônio”. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Carlos Alberto
Garcia, Secretário Municipal do Meio Ambiente. Após, nos termos do
artigo 206 do Regimento, os Vereadores Nelcir Tessaro, Aldacir José Oliboni,
João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, João Pancinha, Ervino Besson, Toni Proença e
Luiz Braz manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular.
Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, da
Senhora Sueli Oliveira e do Senhor Elimar Janz, do Conselho Paroquial da Igreja
Santo Antonio do Partenon, e do Senhor Hermes Dutra, ex-Vereador deste
Legislativo. Às quatorze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta minutos,
constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor Presidente
registrou as presenças dos Senhores Edivaldo Souza, Presidente da Associação da
Banda Municipal de Porto Alegre, José Carlos Weber e Marcelo Nadruz, respectivamente
Diretor e Maestro da Banda Municipal de Porto Alegre, convidando-os a
integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Senhor Edivaldo Souza,
que relatou atividades desenvolvidas pela Associação presidida por Sua
Senhoria, solicitando apoio para divulgação do DVD lançado no corrente ano pela
Banda Municipal de Porto Alegre. Na oportunidade, foi realizada apresentação de
audiovisual sobre a Banda Municipal de Porto Alegre. Ainda, o Senhor Presidente
registrou as presenças, neste Plenário, dos Músicos Leonardo Arend, Haydon
Gunthner e Alexandre Rosa. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e
trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se o Vereador Pedro Ruas. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram:
em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 099, 056 e
067/09, os dois últimos discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/09, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 069 e 065/09, este discutido pelo Vereador
João Antonio Dib, e o Projeto de Resolução nº 013/09. A seguir, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado
pelo Vereador Carlos Todeschini, solicitando alteração na ordem dos trabalhos
da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o
Vereador Valter Nagelstein. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador
João Antonio Dib. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste
Plenário, de alunos e da Professora Tânia Neumann, da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Pedro Américo, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre
para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial
desta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o Vereador Dr. Thiago
Duarte. A seguir, foram
apregoados os Memorando nos 078 e 079/09, firmados pelo Vereador
Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos
quais Sua Excelência informa as Representações Externas, hoje, respectivamente,
do Vereador Dr. Raul, na abertura solene do evento Porto Alegre Wireless, às
treze horas e trinta minutos, em Porto Alegre, e da Vereadora Maria Celeste, na
abertura da VIII Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, às dezenove horas, em Porto Alegre. Ainda, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: nº 027/09, de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, hoje, no
lançamento da Conferência Nacional de Educação – CONAE – Etapa Porto Alegre, às
nove horas, em Porto Alegre, e nº 048/09, de autoria do Vereador Beto Moesch,
amanhã, no lançamento da Semana do Meio Ambiente de Porto Alegre, às nove
horas, em Porto Alegre. A seguir, foi iniciado o período de
COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do § 4º do artigo 180 do Regimento, a
pronunciamentos alusivos ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Compuseram a Mesa: o
Vereador Adeli Sell, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
presidindo os trabalhos; a Senhora Maria Luiza Porto, Professora do Centro de
Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS –; o Engenheiro
Jorge Dariano Gavronski, Diretor do Departamento de Saneamento da Secretaria
Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; o Senhor Miguel Aloysio
Sattler, do Departamento de Engenharia Civil da UFRGS, e o Senhor Carlos Alberto
Garcia, Secretário Municipal do Meio Ambiente. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Professora Maria
Luiza Porto, que discorreu acerca do Dia Mundial do Meio Ambiente, abordando
questões relativas à busca da compatibilização entre a ocupação humana dos
espaços naturais e a manutenção da qualidade ambiental desses espaços. Em
COMUNICAÇÕES, nos termos do § 5º do artigo 180 do Regimento, os Vereadores Beto
Moesch, Reginaldo Pujol e Carlos Todeschini manifestaram-se acerca do assunto
em debate. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença, neste
Plenário, da Senhora Isabel Cristina Coelho Carvalho, Diretora do Sindicato dos
Lojistas do Comércio de Porto Alegre – SINDILOJAS –, e de representantes do
Fórum de Entidades e do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDMA. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a
palavra ao Professor Miguel Aloysio Sattler, ao Engenheiro Jorge Dariano
Gavronski e ao Secretário Carlos Alberto Garcia, que se manifestaram acerca de
questões relativas ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Também, o Senhor
Presidente concedeu a palavra à Professora
Maria Luiza Porto, para considerações finais em relação ao tema abordado
por Sua Senhoria. Às dezesseis horas e quatro minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinco minutos,
constatada a existência de quórum.Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os Vereadores Adeli Sell e Tarciso Flecha Negra.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Valter Nagelstein, Mauro
Pinheiro e Alceu Brasinha. Na oportunidade, os Vereadores Valter Nagelstein e
Mauro Pinheiro manifestaram-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Vereador
Mauro Pinheiro, em Comunicação de Líder. Em GRANDE EXPEDIENTE,
pronunciou-se a Vereadora Fernanda Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se o Vereador Luiz Braz e a Vereadora Maria Celeste. Na
oportunidade, o Vereador Pedro Ruas e a Vereadora Fernanda Melchionna
manifestaram-se acerca dos pronunciamentos hoje efetuados pela Vereadora
Fernanda Melchionna, em Grande Expediente, e pelos Vereadores Luiz Braz e
Valter Nagelstein, em Comunicação de Líder. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se
o Vereador Ervino Besson. Às dezessete horas e vinte e um minutos, nada mais
havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e Nelcir Tessaro e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
Frei Luiz Sebastião Turra, representando a Paróquia de Santo Antônio do
Partenon, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar
da Festa do Padroeiro da Paróquia Santo Antônio do Partenon.
Convidamos o Frei Maximino Tessaro a fazer parte da
Mesa.
O SR. LUIZ SEBASTIÃO TURRA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Lê.): “Em nome dos freis Capuchinhos, da
coordenação do Conselho Paroquial e da comunidade, trazemos a todos e a todas a
saudação franciscana e Antoniana de PAZ E BEM! Expresso uma palavra de
agradecimento ao Presidente da Câmara, Sr. Sebastião Melo, e ao proponente
desta oportunidade, o Ver. João Pancinha, bem como aos demais Vereadores desta
Casa. A chegada de um grupo representativo da Paróquia Santo Antônio do
Partenon junto a esta Casa tem como objetivo efetivar um encontro solidário de
apoio aos que lutam pelo bem comum e pelo justo progresso da nossa querida
Porto Alegre. Neste clima familiar [simples e amigo], também viemos para
oficializar o convite à participação na extraordinária festa de Santo Antônio,
que será precedida pela carreata, do próximo domingo, às 14 horas, pelo tríduo
dos dias 10, 11 e 12, às 19 horas, e vivida na movimentada festividade dos dia
13, quando teremos missas de hora em hora, e três procissões: às 9 horas, às 15
horas e a procissão luminosa, às 20 horas.
Neste ano 2009, a Paróquia Santo Antônio vive o segundo ano do tríduo -
de 3 anos - em preparação ao Centenário do ano 2011. Em conexão com o ano
catequético Nacional, escolhemos como lema: ‘SANTO ANTÔNIO, EDUCADOR DA FÉ,
ROGAI POR NÓS!’
Como humanos que somos, sabemos que ninguém de nós
nasce pronto e nem está pronto e completo em nenhum momento da vida. Estamos
sempre a caminho e em estado de permanente edificação. Investir, com SANTO
ANTÔNIO NA EDUCAÇÃO DA FÉ, significa acolher a força transformadora do
Evangelho para poder dinamizar o processo de verdadeira humanização, de um
verdadeiro e justo progresso e de uma convivência justa e solidária. A
propósito disso, a Comunidade Paroquial, com suas lideranças religiosas e
leigas, temos consciência de que uma festa tão importante não pode acontecer
como um momento folclórico passageiro, mas precisa contemplar o que é
fundamental da herança de Santo Antônio e o que é circunstancial no contorno de
nossa realidade complexa do morro Santo Antônio. É com esta intenção que
desejamos olhar com gratidão para o passado, mas também com otimismo e
responsabilidade para o momento presente. Sabemos que o melhor tributo e
homenagem ao passado é assumir, com garra, a responsabilidade, a nossa hora, o
nosso tempo. É assim que vemos com alegria os serviços e pastorais empenhados
em qualificar as celebrações litúrgicas, os serviços da Catequese e
evangelização e o serviço da Caridade. Falando em caridade organizada, evocamos
a inauguração da nova sede da Ação Solidária Santo Antônio, acontecida na
semana passada, dia 29. Está situada no Convento São Lourenço, onde é agilizada
a parceria filantrópica da Associação Literária São Boaventura e da Paróquia
Santo Antônio do Partenon. Ali está a secretaria, de onde são dinamizados os
diversos projetos de qualificação humana e profissional. [Eu gostaria de
indicar, agora, o grupo representativo que ali está com o banner da
nossa Ação Solidária Santo Antônio.] (Palmas.) Nessa mesma dimensão da caridade
organizada, evocamos também o Centro de Convivência Santa Clara, onde estão
aproximadamente 200 idosos e idosas que convivem, aprendem, trabalham e são
atendidos. [Ali está também o banner do Centro de Convivência Conviver
Bem para Viver Melhor.] Não podemos esquecer o novo Ginásio de Apoio ao
Atendimento dos Surdos, construído ao lado da Igreja Santo Antônio, inaugurado
no dia 6 de março deste ano, mantido pelas Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora
Aparecida.
Irmãos e amigos desta Casa, a partir da Festa de
Santo Antônio de 2008 até aqui, nós queremos registrar a grande conquista dos
devotos e da coordenação da Pastoral. Queremos registrar a restauração interna
da Igreja do Santuário Santo Antônio, a nova iluminação, o novo som e também
novos bancos para acolher a todos os que por lá forem rezar ou conviver.”
Após esta Festa de 2009, o projeto do Conselho
Paroquial é partir para a restauração externa da Igreja e a construção da nova
praça da Igreja Santo Antônio.
Tudo isso vai acontecendo porque nós acreditamos no
futuro. Nós sonhamos com o bairro Santo Antônio sempre mais humano e
humanizado, mais acolhedor, onde os devotos e aqueles que por lá passarem se
sintam realmente em casa.
Eu convido, agora, para terminar, aos Srs.
Vereadores e as Sras Vereadoras, a lembrarem com carinho e a
estenderem o seu apoio ao morro Santo Antônio e também à Vila Maria da
Conceição.
Encerro, neste momento, citando as palavras
significativas de Santo Antônio, quando ele nos diz textualmente: “A virtude
dos Santos é semelhante ao fio de prumo que os pedreiros usam para nivelar a
linearidade de um muro. Quando evocamos os Santos e celebramos a sua festa, devemos
também usar o fio de prumo: examinar se estamos vivendo como eles viveram, como
instrumentos de paz prontos a perdoar; generosos com os pobres; sinceros com
todos; limpos de coração e, principalmente, decididos a fazer a vontade de Deus
sempre e a qualquer custo. Amém.”
Nós queremos agora abençoar o pão e, em seguida,
distribuí-los a todos que aqui estão, nesta Casa.
Evocamos Santo Antônio cantando “Santo Antônio,
rogai por nós”. Abençoamos o pão: “Senhor Deus, por interseção de Santo
Antônio, dignai-vos a abençoar este pão. É o pão que é sinal de vida, de
partilha, de solidariedade. Abençoai a todos àqueles que o comerem com devoção
e àqueles que o compartilharem. Sobre esse pão desça copiosa a benção de Deus
Todo Poderoso, Pai, Filho, Espírito Santo, Amém”.
Obrigado pela oportunidade, e que Deus realmente
acompanhe e abençoe a todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado pela
sua participação, meu caro Frei Luiz Sebastião Turra. Também queria agradecer
pela presença do Frei Maximino Tessaro. E o Conselho Paroquial: Srª Sueli
Oliveira, representando o Presidente do Conselho; e o Sr. Elimar Janz,
Vice-Presidente do Conselho Paroquial da Igreja Santo Antônio - em vossos
nomes, eu cumprimento toda a comunidade da Igreja Santo Antônio aqui presente.
Quero anunciar, para a nossa alegria, a presença do
Professor Garcia, nosso colega Vereador, atualmente licenciado, titular da
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que sempre foi um entusiasta de todos os
anos por nos chamar atenção, nos cobrar e trazer essa comunidade aqui para que
toda a comunidade de Porto Alegre participe efetivamente dessas festividades
que ocorrem, todo mês de junho, aqui em Porto Alegre, na nossa Paróquia Santo
Antônio, do Partenon.
O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores. (Saúda componentes da Mesa e demais presentes.)
Quero aqui, em nome da Bancada do PTB, cumprimentar os freis da Igreja Santo
Antônio, cujas ações conheço, pelo que eles fazem por Porto Alegre e por aquela
comunidade, que, a cada dia mais, procura ali um auxílio, uma esperança, e
sabemos bem que essa campanha de solidariedade que eles fazem no Bairro
proporciona fé a essas pessoas, e, com essa fé, elas podem superar as crises,
superar doenças, como vejo tantas famílias que, no dia de Santo Antônio, estão
lá com aquela devoção, com aquela fé que remove montanhas.
Como coroinha que fui por muitos anos, quero dizer
que nada melhor do que a fé, pois, com ela, podemos caminhar adiante. Quero
cumprimentá-los pelo trabalho que os senhores realizam para Porto Alegre, não
somente no bairro Santo Antonio; esse trabalho que é feito em todas as regiões
de Porto Alegre, inclusive para pessoas que se tornam moradoras do bairro Santo
Antônio, principalmente no mês de junho, quando a grande festa é comemorada no
dia 13, com a bênção de todas aquelas famílias. Meus cumprimentos em nome da
Bancada do PTB. Obrigado por estarem aqui hoje.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero
cumprimentar o nosso sempre Vereador Hermes Dutra, que está visitando esta
Casa.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Senhoras e senhores que estão aqui hoje com o Pároco da Igreja Santo Antônio e
também com o Frei para divulgar a festa de Santo Antônio, agradecemos, em nome
da Bancada do PT, e estaremos, com certeza, presentes em várias das atividades.
Acreditamos que esta é mais uma oportunidade de
informar para a Cidade e para o Rio Grande parte das ações que hoje a Igreja
faz, seja através dos bairros ou das ações das pessoas que acabam se
congregando àquelas atividades, mas o mais importante é perceber que a bênção
desse pão, símbolo de união, de unidade, de fraternidade e, mais do que isso,
de comunhão na missa, pode se estender a todos aqueles que buscam aquele
momento de reflexão, quando temos a possibilidade mais reservada de diálogo com
Deus e com os semelhantes; que as pessoas possam estar mais unidas, mais
fraternas, porque, no mundo competitivo, como nós acompanhamos pelos meios de
comunicação, às vezes os valores se confundem. Então, é preciso que a Igreja tome
a frente nessa discussão e oportunize ao cidadão essa reflexão de valores. E
creio que a Igreja Santo Antônio, do nosso bairro Partenon, faz muito bem isso
quando enfoca esses temas de reflexão e traz aqui para a Câmara esse convite,
porque o mundo da política tem que se envolver mais com isso. Por essa razão,
em nome da Bancada do PT, nós não só agradecemos aos senhores como os
parabenizamos e nos associamos a essa ideia e a esse trabalho. Muito obrigado e
sucesso!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; meus caros freis, Vereadores e Vereadoras, esta
Casa tem quatro “antônios”: o Luiz Antônio Proença, o Antonio Luiz Braz, o João
Antonio Pancinha e o João Antonio Dib. Em nome dos quatro, eu quero fazer um
pedido a Santo Antônio: Santo Antônio, rogai por nós, porto-alegrenses! Saúde e
PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, eu quero me somar aos demais Partidos que já se manifestaram, pela
nossa alegria e pelo nosso júbilo em receber, mais uma vez, aqui na Casa, os
representantes da Paróquia de Santo Antônio, que aqui vêm não só nos trazer o
pãozinho, como trazer o carinho, a proposta da solidariedade cristã, da
amizade, da confraternização e, sobretudo, da esperança; da esperança de um
mundo melhor, mais justo, mais equânime, onde a solidariedade humana seja,
realmente, o princípio fundamental.
Como já diria, um tempo atrás, o Frei Irineu, que
era o pioneiro dessas cordiais visitas que, anualmente, nós recebemos, eu
repito, hoje: seja sempre bem-vindo, volte sempre. Não precisa trazer o
pãozinho, mas traga a esperança e traga a solidariedade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João
Pancinha está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO PANCINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Ver. Professor Garcia; Frei Luiz Sebastião Turra;
Frei Maximino Tessaro; devotos, conselheiros e conselheiras da Paróquia Santo
Antônio, do Partenon, quero fazer uma saudação especial e um agradecimento pelo
trabalho que desenvolvem. Estamos no mês de Santo Antônio, temos várias
programações, e eu tenho a relação completa do cronograma aqui, a qual passarei
aos colegas. Ressalto que teremos, no dia 07 de junho, a carreata com Santo
Antônio, às 14 horas, e a grande Festa do Dia de Santo Antônio, no dia 13 de
junho.
Quero também aproveitar e saudar, em nome da
Bancada do PMDB, a presidência - o casal Carlinhos e Sueli; e a
vice-presidência - o Elimar e a Cléia -, que, juntamente com os conselheiros e
conselheiras da Pastoral da Paróquia, estão realizando um excelente trabalho em
nome dos devotos e da comunidade de Santo Antônio. Então eu trago aqui o abraço
da Bancada do PMDB, e reitero que estaremos lá, se Deus quiser e Santo Antônio
permitir, no dia 13 de junho. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; queridos Freis Luiz e
Tessaro, eu falo em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome dos Vereadores
Tarciso, Juliana, Mauro Zacher e Dr. Thiago. É muito bom receber uma visita tão
importante como a de vocês na Casa do Povo, ainda mais comendo o alimento mais
sagrado do dia, que é o pão bento. Que coisa linda! E mais ainda: recebi esse
fôlder dessa senhora com um sorriso; uma senhora tão querida, tão simpática,
que faz parte de um grupo de tantas pessoas que convivem na Casa Santa Clara.
Que bom que vocês vêm aqui trazer essas notícias boas, trazer ao conhecimento
da Casa o trabalho que é prestado por essa Entidade.
Associação Solidária Santo Antônio, o trabalho de
vocês é digno de reconhecimento. Portanto, mais uma vez, em nome da Bancada do
PDT, e tenho certeza de que em nome de todos os Vereadores, em nome da cidade
de Porto Alegre, pedimos que Santo Antônio sempre ilumine a caminhada de vocês,
esse grupo de pessoas abnegadas que faz um excelente trabalho social pela nossa
querida Porto Alegre.
Um grande e fraterno abraço. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu
quero cumprimentar o Frei Luiz Sebastião, Pároco da Paróquia Santo Antônio, o
Frei Tessaro e os membros da comunidade da Casa Santa Clara, e dizer que, para
nós, é um dia muito especial quando os recebemos aqui, e espero que a
fraternidade, a solidariedade e a cooperação da sua mensagem, que é a mensagem
de Santo Antônio, fique entre nós aqui na Câmara Municipal.
Quero dizer também que eu tenho um carinho muito
especial pela Igreja Santo Antônio não só porque sou Antônio, mas também porque
eu sou filho daquela Paróquia, os meus pais se casaram na Igreja Santo Antônio.
Então, é sempre motivo de muita alegria quando posso visitar a igreja e quando
posso manter contato com mensagens como a que o senhor trouxe para nós. Muito
obrigado, e parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Eu quero, mais
uma vez, em nome do Presidente da Casa, em meu nome, em nome dos Vereadores da
Mesa Diretora, agradecer pela honrosa presença do Frei Luiz Sebastião Turra, do
Frei Maximino Tessaro e da comunidade da Paróquia de Santo Antônio.
Ver. Luiz Braz, V. Exª me desculpe, mas eu não
tinha lhe notado. Ainda mais que V. Exª é da comunidade.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, meus
cumprimentos. Quero cumprimentar o Frei Luiz Sebastião Turra, que é pároco; o
Frei Maximino Tessaro, representando a parte religiosa da Igreja Santo Antônio,
e dois grandes amigos daquela comunidade, que são representantes da sociedade
há muito tempo, que são o meu amigo Carlos Alberto Garcia e o meu querido amigo
Hermes Dutra, com quem eu tive o prazer de ser Vereador há algum tempo, e ele
realmente se mostrava, naquela época, o melhor entre todos nós. Não sei como o
Hermes não continuou, não é? Mas hoje ele está aqui, até pensei que ele estava
voltando novamente para ser Vereador! É um prazer imenso poder contar com o
Hermes.
Todos os anos já é praxe aqui desta Casa fazermos
esta saudação a todos aqueles que são da Paróquia Santo Antônio, e neste ano,
mais uma vez, nós temos a satisfação imensa de podermos fazer esta saudação a
todos aqueles que fazem parte da comunidade de Santo Antônio. E eu gostaria de
dizer que nós, também, no dia 13 de junho, se Deus quiser, queremos estar lá na
Igreja. Já faz tempo que eu não vou à Igreja Santo Antônio, mas, se Deus
quiser, vou arrumar um tempo e, no dia 13, vou estar lá com os senhores.
Parabéns, sempre é um motivo de júbilo para esta
Casa poder recebê-los.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado, Ver.
Braz, que falou pela Bancada do PSDB.
Mais uma vez agradecemos, em nome da Casa, aos
párocos da Paróquia Santo Antônio do Partenon, e tenho a certeza de que por
Santo Antônio, o educador da fé, vamos fazer todos juntos um grande esforço
para fazer grandes comemorações e termos uma vida cada vez mais compartilhada,
assim como compartilhamos o pão nesta tarde, hoje, aqui.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h29min.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 14h30min): Estão
reabertos os trabalhos.
Hoje
temos o comparecimento do Sr. Edivaldo Souza, Presidente da Associação da Banda
Municipal de Porto Alegre, que abordará o assunto “divulgação das atividades e
lançamento de DVD”. Também convidamos o Sr. José Carlos Weber, Diretor da Banda
Municipal de Porto Alegre, e o Sr. Marcelo Nadruz, nosso Maestro da Banda
Municipal, a fazerem parte da Mesa.
O Sr. Edivaldo Souza está com a palavra.
O SR. EDIVALDO SOUZA: Sr. Presidente
dos trabalhos Ver. Adeli Sell, também aos nossos Vereadores, Assessores,
pessoas presentes, participantes, Comissão da Banda Municipal - que também está
hoje presente conosco para fazer a entrega desses DVDs -, o meu boa-tarde a
todos. Pois bem, nós estamos aqui hoje, dia 4 de junho; nossa intenção fazer a
entrega desses DVDs no dia da posse dos 36 Vereadores que foram eleitos na
Cidade em 2009, mas, devido ao protocolo da Câmara Municipal de Porto Alegre,
não foi possível fazermos a entrega nessa data. E conseguimos agendamento para
fazermos a entrega dos DVDs na data de hoje.
Qual a intenção da Associação da Banda Municipal,
com relação à entrega destes DVDs? É porque a Banda Municipal já existe há 84
anos, e, muitas vezes, estamos nos apresentando de uma maneira oficial para o
público em geral, e as pessoas não sabem que, em Porto Alegre, existe uma Banda
Municipal. Muitas vezes nos perguntam de onde é a Banda, e ficamos
constrangidos, mas respondemos que é a Banda Municipal de Porto Alegre. E,
vejam bem, Srs. Vereadores: a Banda Municipal de Porto Alegre tem 84 anos; com
mais 16 anos, vai se tornar centenária, e a maioria dos porto-alegrenses ainda
não sabe da sua existência. Então, esta oportunidade, hoje, é para que esses
DVDs sejam entregues ao público e aos nossos Vereadores. Temos certeza de que
os nossos Vereadores farão uma divulgação melhor da nossa Banda, para que o
porto-alegrense venha a saber que existe uma Banda Municipal em Porto Alegre há
84 anos. A nossa preocupação é com relação à visibilidade da Banda Municipal.
Existe um DVD do Projeto Encontrabanda, que ocorre sempre no Teatro Renascença.
Também estamos com um projeto para fazer a apresentação da Banda com um grupo
folclórico tradicional ucraniano, com instrumentais típicos.
E, nesta ocasião, quero também agradecer ao nosso
Vereador e hoje presidindo os trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre,
Ver. Adeli Sell, que muito tem colaborado conosco, nos recebendo, juntamente
com o Profº Garcia, Ver. Sebastião Melo e nosso Ver. Dib, que têm nos apoiado
nos projetos que temos encaminhado aqui para a Câmara. Então, aproveito a
oportunidade para deixar este agradecimento em viva voz para o nosso Ver. Adeli
Sell, hoje na presidência dos trabalhos - o Vereador vem numa ascensão aqui na
Câmara Municipal, e isso tem ocorrido em função do seu bom trabalho, do seu bom
desempenho, e nós estamos felizes com isso.
Então, frisando mais uma vez, este é o motivo de
nós estarmos hoje aqui, de uma forma singela: para a entrega destes DVDs - os
meus colegas os entregarão daqui a pouco -, para que o povo aqui presente saiba
que a Banda Municipal existe há 84 anos e para que haja uma melhor divulgação
do nosso trabalho. Nós conclamamos, em viva voz, que a Câmara Municipal de
Porto Alegre venha a se preocupar com a divulgação da Banda Municipal, que já é
patrimônio da Cidade. Muito obrigado a todos. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo): Obrigado, Edivaldo, peço que V. Sª passe a integrar
a Mesa.
Gostaria de anunciar a presença dos músicos
Leonardo Arend, Haydon Gunthner e Alexandre Rosa. Por favor, podem começar a
distribuir os DVDs.
Eu vou convocar as senhoras e os senhores
Vereadores no sentido de que coloquem nos seus boletins, nas suas divulgações,
o trabalho dessa magnífica Banda Municipal, porque para nós é de fundamental
importância divulgar o trabalho da nossa Banda. Inclusive, a Banda Municipal
está fazendo alguns ensaios na nossa Casa, porque a sala que era cedida à
Banda, no Auditório Araújo Vianna, está passando por um processo de
remodelação, de reestruturação. E eu peço ao Professor Garcia que nos ajude
também, como sempre, a divulgar a nossa Banda Municipal.
Em nome de todos os Vereadores e Vereadoras, eu
deixo um abraço muito fraterno a todos vocês, especialmente ao Edivaldo Souza,
que é o Presidente da Associação; ao José Carlos Weber, Diretor da Banda
Municipal; e ao Marcelo Nadruz, Maestro da Banda Municipal. Muito obrigado.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h36min.)
(Apresentação do DVD da Banda Municipal.)
O SR. PRESIDENTE
(Adeli Sell – às 14h37min): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 1553/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 056/09, de autoria do
Ver. Luciano Marcantônio, que obriga os serviços de informática, públicos ou
privados, que disponibilizem ao público computadores com acesso à Internet, à
digitação e à impressão a manterem ao menos 1 (um) computador como recursos de
acessibilidade para pessoas com deficiência visual.
PROC.
Nº 1709/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/09, de autoria do
Ver. Dr. Raul, que obriga os hospitais do Município de Porto Alegre nos quais
se realizem partos a adotarem medidas de segurança na identificação dos
recém-nascidos e de suas mães e dá outras providências.
PROC.
Nº 2376/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 099/09, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Avenida Amir Domingues o logradouro
público cadastrado conhecido como Estrada Embratel, localizado no Bairro
Cascata.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1624/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/09, de autoria do
Ver. Marcello Chiodo, que obriga o Executivo Municipal, por meio de seus órgãos
competentes, a implantar banco de dados com informações sobre veículos
envolvidos em acidentes de trânsito e dá outras providências.
PROC.
Nº 1771/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que institui, no Município de Porto Alegre, a Feira do Peixe
da Ilha da Pintada, a ser realizada anualmente, na Semana Santa, que passa a
integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre. Com
Substitutivo nº 01.
PROC.
Nº 2038/09 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/09, de autoria do Ver. Ervino Besson,
que concede a Comenda Porto do Sol ao Instituto Santa Luzia.
PROC.
Nº 2524/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/09 e da Mesa
Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, que consolida a legislação
municipal que dispõe sobre a defesa dos direitos da criança e do adolescente e
revoga o art. 13 da Lei nº 9.693, de 29 de dezembro de 2004, e as Leis nos
6.787, de 11 de janeiro de 1991; 7.207, de 30 de dezembro de 1992; 7.394,
de 28 de dezembro de 1993; 7.453, de 6 de julho de 1994; 7.497, de 21 de
setembro de 1994; 7.595, de 17 de janeiro de 1995; 7.697, de 10 de novembro de
1995; 7.707, de 23 de novembro de 1995; 7.859, de 8 de outubro de 1996; 8.067,
de 18 de novembro de 1997; 8.098, de 22 de dezembro de 1997; 8.162, de 20 de
maio de 1998; 8.554, de 13 de julho de 2000; 9.126, de 27 de maio de 2003;
9.432, de 20 de abril de 2004; 9.632, de 7 de dezembro de 2004; 9.689, de 28 de
dezembro de 2004; 9.895, de 23 de dezembro de 2005; e 10.179, de 21 de março de
2007.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Pedro
Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Ver. Adeli
Sell, Presidente dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, no
dia de ontem, nós, do PSOL, eu, a Verª Fernanda e muitos companheiros e
companheiras, tivemos um momento muito difícil, que foi a despedida de um
companheiro, Fernando Wagner, liderança comunitária e fundador do nosso
Partido, que faleceu. Esta Casa, para honra nossa, fez um minuto de silêncio
pelo passamento desse militante político. E ontem, no velório, estranhamos que
o caixão estivesse lacrado, Dr. Thiago, e, falando com familiares, obtivemos a
informação de que era uma orientação da funerária dada pelo médico do hospital,
do Grupo Hospitalar Conceição, já que o Fernando estava no caixão dentro de um
saco em função de uma bactéria hospitalar panresistente, provavelmente a
Acinetobacter, adquirida no hospital. É claro que a todos nós, amigos de muitos
anos e companheiros e admiradores do Fernando Wagner, isso chocou muito. Na
verdade, durante a enfermidade, quando estive no hospital visitando o Fernando...
Ele baixou no hospital em função de outro tipo de problema, com relação à
glicose, açúcares, diabetes. Ele já tinha histórico nesse sentido, tinha
problemas, é verdade, mas essa bactéria foi adquirida no hospital, porque só se
pode adquirir esse tipo de bactéria em hospitais. Tomei o cuidado, Vereadores e
Vereadoras, de examinar o atestado de óbito, junto aos familiares, e não
encontrei, Ver. Haroldo de Souza, Verª Maria Celeste, nenhuma referência à
bactéria. Os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do GHC já haviam nos
dito que conheciam o Fernando e que ele estava infectado. Eu não sou médico,
não conheço profundamente essas questões, mas sei que esse tipo de bactéria
hospitalar envolve, sim, uma questão de responsabilidade do hospital. E mais,
quase como uma ironia trágica da vida do Fernando Wagner, um lutador ao longo
da sua existência, e cuja eternidade, como a de qualquer um de nós, só se dá
pela morte, deixa no seu último suspiro uma denúncia no ar: o fato de que o
Fernando Wagner teve que ser sepultado dentro de um saco, com um caixão
lacrado, é porque adquiriu uma bactéria hospitalar que provavelmente o tenha
levado à morte; e com certeza, com certeza absoluta, não é o único caso no
hospital. É o maior hospital público de Porto Alegre, atende a Capital, a
Região Metropolitana e praticamente todo o Estado. É responsabilidade nossa,
sim, denunciarmos até descobrirmos o que está havendo nessas UTIs e CTIs.
Outros estão lá, sujeitos também ao mesmo fim. O exemplo do Fernando Wagner em
vida, continua sendo dado após a sua morte, porque a sua morte é uma denúncia,
é uma denúncia do que lá acontece, e nós não vamos calar, Vereadoras e
Vereadores, até descobrirmos exatamente o que aconteceu. E por que somente a
funerária é informada de que o cadáver não pode ser vestido, deve ser ensacado,
com caixão lacrado, e que ninguém pode ter acesso porque é perigoso o que
adquiriu no hospital, até para quem não está no hospital? O nome da bactéria
que nos informaram é a Acinetobacter, e
nós vamos investigar, em nome do Fernando e em nome da saúde da população de
Porto Alegre e do Estado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
Será que esse é o problema desta Cidade? Ou o
problema de leis claras, precisas, concisas e respeitadas? Nós fizemos aqui,
depois de muito tempo, aprovar uma lei de regularização dos imóveis. O
Executivo deveria regulamentá-la. E a redação desse Projeto de Lei, inclusive,
foi alterada, depois de anos, porque a SMOV tinha um Projeto pronto. Eu não vi
essa lei ser regulamentada. Mas, agora, um estudo vai atualizar a planta de valores
do IPTU. Diz que é uma medida fiscal, que vai corrigir defasagem de 17 anos da
planta e que não vai aumentar a arrecadação de IPTU. Ora, era mais fácil
regulamentar a lei e receber recursos daqueles prédios que serão regularizados
e passarão a pagar IPTU de forma normal.
A maior aberração em matéria de leis que já vi
neste Plenário – só o Ver. Haroldo de Souza e eu votamos contrariamente – foi o
Plano Cicloviário da Cidade. O Plano Cicloviário da Cidade é um estudo enorme
que propõe, inclusive, um Projeto de Lei que não tem nada a ver com aquele que
a Câmara aprovou. Eu disse que era um desrespeito do Executivo ao Legislativo
encaminhar um Projeto de Lei sem que houvesse projetos indicando como seria
organizado, como seria feito, como seria transformado em realidade. Eu não
posso entender! Eu vejo aqui, numa página do Projeto: “...desenhar e planejar o
sistema viário de maneira que seja mais seguro e mais atraente o uso da
bicicleta”. Mas nós aprovamos uma Lei aqui! Chega de leis! Vamos cumprir as leis
existentes! Vamos respeitar o que existe! Não parece que seja isso o que
queremos; nós vamos querer continuar fazendo leis, apenas colocando na Pauta -
como há hoje, sete Processos - para depois ficar esperando que entrem na Ordem
do Dia, como estão projetos de 1992, portanto, há 17 anos esperando que sejam
votados nesta Casa. Assim é o Congresso Nacional também: levam anos para votar
medidas da mais alta relevância para a sociedade. Nós fazemos Projetos,
Projetos e mais Projetos; não conseguimos que eles sejam cumpridos. Esperamos
que isso melhore; amanhã há de ser um outro dia! E que nós tenhamos condições
de apresentar Projetos eficientes para ajudar a cidade de Porto Alegre a
crescer de forma ordenada! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A última
inscrição é a deste Vereador, que desiste. Encerrado o período de discussão
preliminar de Pauta.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, nós estamos na Semana do Meio Ambiente, amanhã é o Dia Mundial do
Meio Ambiente, e já se encontra presente, desde as 14 horas, a professora que
irá proferir a palestra. Encaminho Requerimento no sentido de inverter a ordem
dos trabalhos, passando imediatamente às Comunicações.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em votação o
Requerimento do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os. Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, quero saudar o nosso companheiro Secretário Professor
Garcia, que nos dá a honra da sua presença hoje no nosso plenário; saudar as
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias da Casa, os que nos
assistem e ouvem pela TVCâmara e Rádio Câmara, tendo em vista que nós temos
avançado de forma muito célere, Ver. Bernardino, com todos os Projetos que nos
dizem respeito, temos votado, nada tem ficado aguardando, ou seja, a Câmara tem
sido absolutamente eficaz e diligente naquilo que lhe toca, eu me permito hoje
tratar de um assunto que está mais no campo da política no seu sentido mais lato,
do que propriamente das questões da nossa Porto Alegre, que, de certa forma, se
relaciona com a nossa política local.
O nosso Governo, composto por vários Partidos que
têm assento aqui nesta Câmara de Vereadores, tem sido sistematicamente acusado
na tribuna desta Câmara de Vereadores de abusar da utilização dos recursos em
publicidade e propaganda. Vários são os Vereadores que têm subido a esta
tribuna exatamente com o intuito de se utilizar desse meio privilegiado,
qualificado de comunicação com a população da nossa Cidade e assacar essas
acusações contra a Administração do Prefeito José Fogaça. Eu diria o contrário,
que a nossa Administração é absolutamente modesta no que diz respeito à
divulgação dos seus Projetos, dos seus programas, e, mais que tudo isso, dos
seus méritos.
Chamou-me a atenção matéria publicada no jornal
Folha de São Paulo, no último dia 31 de maio, a respeito da propaganda, ou do
investimento em propaganda do Governo Federal, Ver. Bernardino. E aí eu quero
fazer um parêntese, uma ressalva, e externar aqui a minha opinião particular e
os meus cumprimentos ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um momento
complicado da democracia brasileira, quando se fala novamente nessa questão do
terceiro mandato, eu quero saudar a clareza de visão do Presidente da
República, que repeliu imediatamente essas ideias, que me parecem que são
golpistas, de nós encetarmos ou colocarmos na pauta do Congresso Nacional um
terceiro mandato. E o Presidente da República bem fez, isso é um cenário, às
vezes, meio surreal da política, porque quem propôs o terceiro mandato do
Presidente da República foi um Deputado do meu Partido, do PMDB. E eu quero
lamentar que isso tenha vindo exatamente de um Deputado do meu Partido, porque
isso não se coaduna com a democracia, não se coaduna com aquilo que nós
esperamos para o Brasil e para América Latina; muito antes pelo contrário, isso
vai ao encontro daquilo que no mundo se pensa a respeito das repúblicas
latino-americanas, as republiquetas de ocasião, os casuísmos, que, duas por
três, se promove uma mudança constitucional, ou uma mudança legal, para atender
aos interesses - sejam do Sr. Fernando Henrique Cardoso, lá atrás, que se
elegeu dentro de um sistema, depois lutou e vendeu a alma para conseguir a
reeleição, sejam agora de alguns que estão certamente recebendo das grandes
benesses do Governo Federal para pleitear ou ter a coragem de submeter à
população brasileira esse absurdo de querer mudar, mais uma vez, a regra do
jogo e partir para o terceiro mandato.
Nós temos de compreender por que isso acontece. E
aqui está, no jornal Folha de São Paulo, a propaganda - e quero, mais uma vez,
ressalvar a figura do Presidente da República, porque acho que ele tem sido um
grande Presidente e está certo quando diz que não quer o terceiro mandato. Mas
a máquina partidária, obviamente, tem um desejo diferente (Lê.): “Propaganda de
Lula chega a 5.297 veículos. Com o PT no Planalto, aumentou em 961% [961%!] o
número de meios de comunicação que recebem verbas de publicidade federal. Ao
tomar posse, comerciais do petista atingiam 21 televisões, 270 rádios. Ao fim
de 2008, já havia 297 tevês [de 21 para 297!] e 2.597 rádios veiculando anúncios
oficiais. Os comerciais do Palácio do Planalto atingiram, no ano passado, 5.297
veículos de comunicação; o número representa uma alta de 961% sobre os 499
meios que recebiam dinheiro para divulgar propaganda do Governo de Luiz Inácio
Lula da Silva, quando o petista tomou posse”.
E, lá pelas tantas, um especialista diz o seguinte
(Lê.): “O fato de ter ampliado a presença do Presidente da República na mídia
regional pode ter ajudado a elevar a popularidade do Governo, admite Ottoni
Fernandes, Subchefe Executivo da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência”.
Então, por favor, por amor à coerência, quando nós
subirmos a esta tribuna para acusar a modesta, modestíssima propaganda que o
Prefeito José Fogaça e a Administração fazem - e que é justo que façam para
divulgar os projetos, os programas, o que é desenvolvido pelo nosso Governo -,
olhemos, olhem aqueles que nos acusam, por favor, para dentro das suas próprias
casas! Vejam o escândalo que está sendo feito com o dinheiro público, de
cooptação dos meios de comunicação, fazendo com que esses números a que nós
estamos assistindo, de 80% de aprovação do Presidente da República, em grande
parcela, sejam justos, porque faz um grande trabalho, mas, em outra grande
parcela, também, possam ser artificiais, na medida em que se está comprando
grande parte da opinião pública do nosso País. Muito obrigado, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, na Pauta, eu já falei
da inocuidade de determinadas leis, da forma irregular de conceder nos Projetos
de Lei. E eu vou voltar ao Plano Cicloviário, que foi aprovado nesta Casa, com
dois votos contrários: do Ver. Haroldo de Souza e do Ver. João Dib.
Nós temos recebido diariamente e-mails dos
ciclistas, parecendo que nós não queríamos ciclovias. Não é isso! Nós queremos
ciclovias, sim; mas nós queremos ciclovias seguras, eficientes e corretas! E
queremos que os projetos estudados pelo Executivo sejam apresentados aqui como
Projetos, e não da forma como foi feito aquele Projeto que a Casa aprovou.
Aqui está nas minhas mãos o Plano Diretor
Cicloviário (Mostra documento.). O Plano Diretor Cicloviário!
Eu tenho uma longa história no trânsito e no
transporte desta Cidade. Eu fui Secretário de Transportes por duas vezes, e fui
Secretário de Obras; eu fiz os corredores; eu fui assessor-engenheiro, e
auxiliei numa série de obras que estão aí; eu representei a Prefeitura no
Conselho Estadual de Trânsito durante 17 anos - fui, inclusive, o seu
Vice-Presidente, e cheguei a exercer a presidência.
O nosso Secretário - que, como diz o Ver. Adeli
Sell, gosta muito de viajar -, o nosso professor Senna, disse lá na PUC, no
Fórum da Câmara, no ano passado, que, quando perguntam para ele, ele diz que
está de Secretário, mas é professor. Quem está de Secretário não é Secretário.
Ele, agora, provou isso aqui. Este trabalho aqui está muito bem elaborado; é
verdade que não tem os projetos definitivos, mas está muito bem, tem a história
da bicicleta, fala até do Vereador Gert Schinke - vejam só onde é que chegam os
detalhes deste trabalho! Este trabalho - que deve ter custado muito dinheiro
para a Prefeitura - teve o apoio de três consultorias, todas as três de São
Paulo. Quer dizer, foi um trabalho encomendado pela Prefeitura para mandar um
Projeto de Lei para a Casa do Povo de Porto Alegre.
E o Secretário - que o Ver. Adeli Sell diz que
viaja muito - não mandou o Projeto de Lei que este Plano Cicloviário definiu.
No art. 3º, diz que é construir um espaço viário
adequado e seguro para a circulação de bicicletas; prover infraestrutura
adequada e segura para estacionamento e guarda de bicicletas nos polos
geradores de viagens e nos equipamentos urbanos do sistema de transporte
coletivo; organizar a circulação cicloviária de maneira eficiente, com ênfase
no conforto e na segurança.
No Projeto que o nosso Dr. Senna mandou não tem
nada disso! O espaço cicloviário, diz o art. 5º, é o sistema construído pela
infraestrutura viária e pelos equipamentos do mobiliário urbano destinados
exclusivamente ou preferencialmente à circulação de biclicletas; ciclovia,
pista destinada ao trânsito exclusivo de bicicletas, aberta ao uso público,
separada da via pública de tráfego motorizado e da área destinada aos
pedestres.
Não é nada disso que há no Projeto que nós
aprovamos aqui - menos o Ver. Haroldo de Souza e eu, nós não aprovamos! Agora,
estamos ouvindo dos ciclistas que eles gostariam de ter ciclovias. Nós também
gostaríamos de oferecer as ciclovias. E aí ficam dizendo que nós dois somos os
culpados, que nós dois somos os homens maus da Câmara Municipal. Nós dois somos
os que não votaram pela aberração do Projeto que o Prefeito mandou, instigado,
é claro - porque o Prefeito não faz o Projeto, pela sua assessoria da EPTC/SMT.
Eu sempre tive orgulho de dizer que eu era servidor
da SMT. Quando fui Prefeito, eles me passaram para a Secretaria do Governo, e
eu não sabia, senão teria sido aposentado como servidor da SMT e não da
Secretaria do Governo Municipal. SMT é a Secretaria na qual comecei realmente a
minha vida pública. Saúde e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Quero
anunciar a visita de 30 alunos da 4ª série da Escola Estadual de Ensino
Fundamental Pedro Américo, orientada pela professora Tânia Neumann. Esta
atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial desenvolve
com as escolas de Porto Alegre. (Palmas.)
O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ver. Adeli
Sell, na presidência dos trabalhos; caros colegas Vereadores, eu quero hoje
iniciar fazendo uma saudação muito especial a todos os servidores desta Casa, principalmente
pelas manifestações que tenho escutado, e quero dizer que é especial e
importante sempre a gente ter uma relação muito solidária, não só com os demais
Vereadores, mas com os trabalhadores desta Casa, sejam eles permanentes ou
temporários, como é o caso do pessoal que trabalha conosco junto aos gabinetes.
Esta saudação eu quero fazer, quero agradecer a solidariedade que muitos têm me
prestado, e quero dizer que essa voz não é só a voz dos municipários, não é só
a voz dos médicos, mas, às vezes, é a voz de uma pessoa, que também, como ser
humano, fica indignada com algumas situações. E sem rancor nenhum.
Quero voltar ao tema que o Ver. Pedro Ruas trouxe e
quero já lincar com uma situação que ocorreu ontem. Ontem, visitávamos o
Hospital de Clínicas de Porto Alegre e colocávamos lá a posição que nós já
externamos aqui nesta tribuna e nesta Bancada, a posição de que os extremos do
sistema não são os corretos. Os extremos do sistema estão falindo ou já
faliram. O sistema, aquele que mostra que o hospital tem que ser 100% SUS,
deixa de ter investimentos próprios; ele deixa de ter cuidados fundamentais,
como relatou o Ver. Pedro Ruas, aqui: cuidados com higiene, cuidados com a UTI,
que, às vezes, ficam envoltos numa burocracia que o hospital não pode ter. O
hospital precisa ter agilidade para corrigir esse tipo de coisa. Esse sistema
está falindo - está aí o Grupo Hospitalar Conceição nos dizendo que tem que
leiloar um equipamento de marcapasso para pagar dívida trabalhista. E o
outro sistema já faliu. O sistema 100% privado, o sistema que mistura educação,
saúde - aí vende convênio, é comércio -, está falido, já faliu, que é o esquema
da Ulbra. Então, os extremos faliram.
O esquema que dá certo, o esquema que é modelo para
o Rio Grande do Sul, que é modelo para o País, é o modelo do Hospital de
Clínicas, que é o modelo misto, que é o modelo onde nós temos 703 leitos
hospitalares, sendo que 100 deles são de convênios e particulares, portanto,
convênios, inclusive, públicos, como, por exemplo, o IPE, no qual, 100 leitos
privados, 100 leitos de convênio acabam subsidiando aquilo que o hospital
precisa fazer e acabam, por exemplo, subsidiando 50 leitos SUS. Então, 100%
SUS, no Hospital de Clínicas, significam, por mês, fechar 50 leitos SUS. Nós
estávamos dizendo isso ontem para o Diretor do Hospital, Dr. Amarílio, grande
professor, professor deste humilde Vereador, nos solidarizando e dizendo que,
se o Hospital de Clínicas tiver possibilidade de vir à Câmara explicar essa
situação, certamente o conjunto dos Vereadores ou sua grande maioria vai estar
aberta para defendermos essa situação mista que é defender a Saúde de Porto
Alegre.
Finalmente, eu queria agradecer pela diligente
operação do nosso eternamente Vereador Valdir Fraga. Ontem nós tínhamos uma
situação muito difícil, e continuamos tendo, no posto de Saúde Belém Novo, que
a COSMAM já visitou. O Posto está rachado, está em vias de cair, e nós
estávamos com muita dificuldade na implementação de uma outra unidade para que
esses trabalhadores possam trabalhar e possam atender bem a comunidade. E, em
função dos entraves burocráticos, o sempre Vereador Valdir Fraga, diligente,
tem ajudado muito na solução dos problemas, e espero que a comunhão da nossa
ação e da ação do Vereador, juntamente com a ação do Secretário e juntamente
com a ação do Prefeito, possa sanar esse problema no mais rápido curto espaço
de tempo.
Muito obrigado; muito obrigado ao sempre Vereador
Valdir Fraga.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoo, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, que a Verª Maria Celeste estará hoje,
às 19 horas, representando a Câmara Municipal de Porto Alegre na abertura da
VIII Conferência Municipal de Direitos Humanos e dos Direitos da Criança e do
Adolescente na sede Bom Fim da Hebraica RS.
Apregoo que
o Ver. Dr. Raul representará hoje a Presidência na abertura solene do evento
Porto Alegre Wireless.
Apregoo que a Verª Sofia Cavedon também
representará a Mesa Diretora hoje no lançamento da Conferência Municipal de
Educação.
Apregoo que o Ver. Beto Moesch representará esta
Casa amanhã, Dia do Meio Ambiente, no Plantio Inicial do Projeto Recuperação
das Nascentes e Matas Ciliares do Arroio Dilúvio.
Passamos às
Desejo chamar para compor a Mesa o Professor
Garcia, nosso colega licenciado, atual Secretário Municipal do Meio Ambiente; o
engenheiro Jorge Dariano Gavronski, Diretor do Departamento de Saneamento da
Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; e o Sr.
Miguel Sattler, professor da área de Sustentabilidade da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul.
A professora Maria Luiza Porto, do Centro de
Ecologia da UFRGS, está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARIA LUIZA PORTO: Inicio fazendo
apenas uma correção: não se trata de uma palestra mais completa, mas de algumas
comunicações e sugestões que vou tentar resumir dentro do tempo que me foi
cedido. Agradeço muito pela oportunidade de, nesta Semana do Meio Ambiente,
estar aqui presente para trazer algumas questões também ambientais. Agradeço especialmente
pelo convite do Ver. Beto Moesch.
Prezados Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, público aqui presente, a questão que pretendo tratar aqui está
ligada a tentar minimizar conflitos existentes entre a conservação das áreas
naturais de Porto Alegre e os avanços das populações sobre essas áreas
naturais. Nós pretendemos - e é a visão da Ecologia de Paisagem, a visão mais
moderna da Ecologia - compatibilizar a existência da vida humana, animal e
vegetal com a qualidade ambiental; esta é a visão mais atual.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul há
muito tem andado nessa direção, organizando programas de pesquisa e extensão
que visam esclarecer esse potencial natural que temos e mostrar como devemos
compatibilizar um desenvolvimento para a nossa cidade de Porto Alegre tentando
proteger também a vida natural. Nos últimos tempos, temos utilizado, em
convênios internacionais e em projetos locais, com recursos próprios da
Universidade também, técnicas e métodos bastante atuais para trabalhar nessa
direção, e partimos de conhecimentos e levantamentos de toda a diversidade
biológica e de todas as condições naturais das áreas em Porto Alegre que têm o
maior potencial natural. Quais são essas áreas por nós reconhecidas já em
estudos anteriores? São as cristas, os morros de Porto Alegre. Essas áreas, por
serem mais elevadas, conservaram até então uma biodiversidade muito
significativa e hoje de grande importância na Convenção da Biodiversidade, que
são reuniões internacionais – a última foi realizada na Alemanha –, que
procuram normatizar as questões da biodiversidade nos ambientes urbanos, o que
é uma questão muito importante.
Então, nós partimos para esses estudos de
biodiversidade usando métodos bastante atualizados e usando os recursos da
informatização e das imagens de satélite para espacializar esses problemas e
essas questões. Enfim, nós realizamos um diagnóstico bastante próximo da
realidade do potencial da biodiversidade e espacializamos esses dados, através
de mapeamentos. Dessa forma, nós sabemos que as nossas questões levantadas
serão muito bem entendidas pelo público em geral, pelos técnicos, pelos
cientistas, pelos tomadores de decisão. Por isso, seguimos essa metodologia.
O maior potencial dessa biodiversidade encontra-se
nos topos de morros de Porto Alegre, sendo que o morro São Pedro é considerado
o mais verde, depois do Morro Santana. Trabalhamos na direção do levantamento
desse potencial e, ao mesmo tempo, verificamos que essa vegetação é um
complexo, um mosaico muito importante de recursos naturais formados por
florestas nativas de origem atlântica, por campos de origem pampiana, por
relictos de savana que entraram pelo Pampa, e esse complexo é acompanhado de
uma fauna ainda significativa. Em alguns pontos, alguns elementos da fauna nós
perdemos, mas, da vegetação, nós temos relictos muito importantes. E esses
relictos permitem reconstruir a nossa história natural da cidade de Porto
Alegre. E isto, o nosso naturalista Rambo já trazia esta questão para nós,
muito claramente, e falava, então, nesse mosaico dessas ilhas de recursos
naturais em Porto Alegre. Porque Porto Alegre, em tempos geológicos, foi
limitada a um continente de ilhas. Eram ilhas, nós não tínhamos esses morros
ligados. Então, nessas ilhas, nós temos ainda grandes recursos naturais. E
queremos compatibilizar essa grande riqueza natural com o desenvolvimento.
Então, os nossos avanços nos permitiram, também,
modelar certas situações, simular situações, porque além do diagnóstico que nós
fizemos baseado nesses recursos que eu falei aos senhores, nós podemos
estabelecer modelos. Modelos são formas gráficas ou matemáticas, reduzidas, que
sintetizam uma realidade, aproximam a realidade. E esses modelos são muito bons
justamente para a compreensão das pessoas que não são especialistas na área.
Então, nós trabalhamos com alguns símbolos ou
alguns valores que são mais fáceis de serem entendidos por um engenheiro, por
um advogado, por um economista ou pelo próprio especialista na área da
ecologia.
E foi baseado nesse diagnóstico muito detalhado,
baseando-se em imagens e baseando-se no local do levantamento da flora, da
fauna, e das condições ambientais, que nós conseguimos refletir sobre todos os
compartimentos possíveis que interagem nessas questões. Como é que se comporta
a questão dos recursos naturais em Porto Alegre e como é que se comporta a
questão das contribuições humanas na cidade de Porto Alegre.
Então, o nosso enfoque maior foi verificar
comportamento, ações, espacializações, avanços das populações periféricas, e
verificar como é que a biota está organizada nessas ilhas de grande qualidade
ambiental, como o Morro Santana foi um ponto de partida para nós conhecermos as
exigências das questões naturais, seu entorno, como o Morro São Pedro; então
foi um objeto maior dos nossos estudos. E, com isso, nós chegamos à conclusão
sintética de que esses dois segmentos, o natural e o construído, influem um
sobre o outro e nós estamos olhando - espero que esteja legível, porque a tela
é um pouco pequena – o modelo gráfico desta realidade de Porto Alegre, e eu vou
explicar através da figura da tela.
No lado esquerdo da tela, nós temos as áreas
naturais, do lado direito da figura, nós temos as áreas construídas. Quais são
os seus componentes? Os componentes das áreas naturais - até já chamei a
atenção - formações florestais, formações campestres com suas interfaces, as
suas dependências, os seus impactos; e as áreas construídas são as populações
urbanas e as populações rurais. Em marrom, na tela, vamos ver a sequência das
populações rurais, e, em laranja, como se estruturam as populações periféricas
urbanas. Então, o tipo de estrutura, o tipo de paisagem e cada tipo de ocupação
nessa periferia vai ter uma determinada configuração e uma determinada ação
sobre as áreas naturais. Então, eu faço uma ponte de ligação entre urbano e
natural nos primeiros compartimentos lá em cima, no painel, entre áreas
construídas. E essas questões evoluem com seus distúrbios e com as possíveis
ações de cada população. Então, nós temos as ações das populações urbanas, as
desordenadas - as vilas, por exemplo, são desordenadas muitas delas -, mas nós
temos também os grandes empreendimentos que estão avançando sobre as áreas
verdes, que são construídos dentro de um planejamento. Os dois casos trarão
alguns conflitos para com a área natural, e esses conflitos, se nós
acompanharmos o gráfico, é onde há o interesse do Poder Público em enxergar
onde nós chegamos, os estrangulamentos em relação às áreas verdes. Acredito que
esse gráfico esteja um pouquinho mais visível, que é justamente o lado das
áreas construídas. E, dentro dessa questão das áreas construídas, nós temos que
criar estratégias para que haja uma melhor convivência dessas áreas construídas
com as áreas naturais. Então, é preciso criar estratégias que respeitem as
exigências da questão natural e as exigências das questões humanas.
Então, onde nós poderemos encontrar pessoas com
sensibilidade para que isso ocorra? Os cientistas diagnosticaram, os técnicos
estão diagnosticando, os tomadores de decisão, os políticos, um fórum, como o
de Vereadores, têm de absorver essa questão: nós podemos criar estratégias, nós
podemos sugerir políticas públicas e nós vamos poder, talvez, modificar alguns
aspectos da legislação, ou criar algumas coisas, ou sugerir a criação de uma
legislação adequada para que essa convivência seja compartilhada com benefícios
para ambos os grandes segmentos - o natural e o construído -, evitando os
conflitos ou evitando ao máximo os conflitos? Como podemos fazer isso? Alguns
planejadores já tentaram até fazer, em pequenas áreas, a integração dos
conhecimentos e das áreas do conhecimento para um planejamento adequado e
baseado no espaço. Esse planejamento é denominado, dentro da área da ecologia
de paisagem do planejamento mesmo, como planejamento territorial, que leva em
consideração o segmento natural e o segmento social. Porque, se nós não
levarmos em conta um deles, os conflitos ocorrerão cada vez mais e maiores.
Esse planejamento territorial tem que partir de uma ação política, que pode ser
um excelente exemplo, tomando o Município como base. Porto Alegre, além de ter
esse mosaico maravilhoso, natural, tem uma estrutura interessante das
populações como Cidade. Porto Alegre tem bases técnicas e científicas na área
ambiental, assim como na área do planejamento tem técnicas, e eu acho muito
interessante para aplicar esse modelo de planejamento territorial que requer
integração, e, antes de mais nada, grandes doações e grandes entendimentos
entre as partes. E a ciência e a técnica irão ajudar, valorando esses espaços
de terra a partir de critérios da biodiversidade, critérios de população e
estrutura humana também. Isso é possível, a ciência e a técnica avançaram.
Então, é preciso ações para que isso ocorra. É aí que eu quero chegar: que
Porto Alegre poderá ser a primeira cidade a propor um planejamento bastante
integrado e espacializado de acordo com as reais vocações; porque, se nós não
considerarmos as reais vocações, seja da vegetação, da fauna ou dos humanos que
ocupam a cidade, nós sempre iremos ter grandes conflitos. E um estudo, nesse
nível, exige um aprofundamento de conhecimentos.
Ali são alguns cenários que a gente pode criar para
ajudar o planejamento, questões de ligações entre áreas, que são os famosos
corredores. E esse planejamento territorial pode ser baseado nessas questões
que eu coloco aos senhores. E pode-se ir um pouco adiante, também aqui são
alguns exemplos do que nós já fizemos em pequenas áreas dessa integração de
conhecimento. Pode passar o slide um pouco mais rápido. E isto aqui é um
universo da mente humana em que nós temos que reunir o conhecimento, nós temos
que reunir a participação, a educação nessas ações todas, e principalmente
nessas ações que irão nortear e propor que um plano que contemple essas
questões seja realizado. Tem muito de ideal, mas não é impossível. Muito
obrigada. E estou à disposição para as perguntas.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós
agradecemos por sua fala, Professora Maria Luiza Porto. (Palmas.) Nós estamos
na véspera do Dia do Meio Ambiente, tratando exatamente dessas questões.
O Ver. Beto Moesch está com a palavra em
Comunicações.
O SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Saúdo o Professor Jorge, que também está
colaborando conosco neste trabalho de debater as questões ambientais de Porto
Alegre dentro da Semana do Meio Ambiente, que foi proposta pela Comissão de
Saúde e Meio Ambiente desta Casa, Comissão Técnica Permanente, que entendeu que
nesta quinta-feira nós deveríamos justamente aproveitar um assunto que é o mais
importante pautado nesta Casa, que é a discussão da revisão e readequação do
Plano Diretor da cidade de Porto Alegre, que é justamente o que a senhora
colocou aqui para nós: como planejar a cidade, como não planejá-la, ou como
planejá-la de forma equivocada. Então, nós podemos planejar uma cidade pensando
apenas no desenvolvimento econômico stricto
sensu: industrializar, comercializar serviço, habitação e um pouco de
transporte. Ponto. Se nós fizermos isso, nós vamos ter uma cidade como Detroit,
que está falindo, porque ela foi quase toda concretada e pautada num
planejamento eminentemente econômico. Ponto. Aquelas cidades que conseguem
justamente se planejar, visando, claro, desenvolvimento econômico, as suas
vocações, como a senhora falou... Então, por exemplo, nós temos aqui o Ver.
Ervino Besson, que reconhece, assim como esta Casa, o valor da vocação da Zona
Rural de Porto Alegre. Então nós temos que fomentar uma economia devidamente
vocacionada, histórica e que é importante para o desenvolvimento sustentável de
Porto Alegre, que é a Zona Rural. Como fazer isso? Alguns instrumentos já foram
lançados: a isenção de IPTU e da taxa de lixo, por exemplo, para quem comprovar
a produção naquela sua localidade. Claro que isso não basta. Então, além do
planejamento, nós temos que fomentar de outras maneiras com instrumentos de
parcerias com o Estado e a União, para que aquela produção possa realmente se
desenvolver, e que tenha retorno para isso. Alia-se a isso a necessidade da
proteção dos recursos hídricos. Como é que se protegem recursos hídricos, não
só para a Zona Rural, mas para o próprio abastecimento da cidade? Com a
preservação da vegetação existente. E Porto Alegre tem um manancial de vegetação
extraordinário. Aqui há o encontro de dois grandes biomas: o Bioma Pampa e a
Mata Atlântica. Então, nós vamos simplesmente nos esquecer disso: “Porto Alegre
não precisa disso, Porto Alegre é uma metrópole, não precisa de Zona Rural, não
precisa de recursos hídricos e não precisa de vegetação”? Será que é isso?
Lamentavelmente, algumas pessoas, físicas e jurídicas, insistem, embora não
digam isso publicamente, que nós não precisamos disso, mas que nós precisamos
apenas construir. E se der para preservar algum tributo cultural, alguma
vocação econômica e alguma proteção do ambiente natural, tudo bem, mas isso se
possível. Não, tudo tem que ser priorizado dentro desse cenário de
planejamento. Porto Alegre tem conseguido isso de forma ainda limitada, mas tem
conseguido. Então, eu entendo que havendo aqui a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, através da Professora Maria Luiza Porto, também do Professor
Miguel Sattler, que em outra área trabalha muito nesses quesitos de
construção, nós temos como, muito, sim, traçar o planejamento que a Cidade
precisa para as atuais e futuras gerações. Se nós também fizermos um
planejamento meramente construtivo, a situação climática naquela região ficará
insuportável, totalmente insuportável, e nós teríamos, Ver. Pancinha, que
continuar nessa insistência de desenvolvermos a Cidade sem os atributos que a
Professora Maria Luiza Porto aqui coloca, não só ficar no primeiro Conduto
Forçado Álvaro Chaves, mas já projetar o segundo, o terceiro, o quarto e o
quinto, porque os alagamentos ficarão cada vez mais recorrentes aqui nesta
Cidade. Enfim, isso sim é planejamento, com técnica, com estudo, e para que em
cima disso as decisões políticas sejam desencadeadas para um planejamento
realmente sustentável e de inclusão. Parabéns, muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Gostaria de
registrar a presença da Srª Isabel Cristina Carvalho, Diretora do Sindilojas.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a decisão acertada da Casa de
transformar a quinta-feira num verdadeiro fórum de debates, oportunidade em que
examinamos várias das situações concretas que envolvem o cotidiano da Cidade,
veio propiciar essa feliz coincidência de que, em plena Semana do Meio
Ambiente, a gente pudesse receber esta contribuição valiosa dessa estudiosa do
assunto, a professora Maria Luiza Porto, que ofereceu comentários,
considerações, advertências, e, sobretudo, reflexões absolutamente consentâneas
com este período que estamos vivendo.
Eu quero dizer, professora, que eu sento na última
cadeira – é estratégica a posição, mas hoje eu vim para a frente, porque eu
vivo enfrentando enorme dificuldade aqui na Casa. É que, modernamente, as
disposições são acompanhadas de apoio visual, como a senhora fez hoje se
apoiando no que nós dispúnhamos, aqui na Casa, para lhe oferecer.
Lamentavelmente, a minha vista não alcançava algumas coisas e, com isso, fiquei
muito prejudicado, não podendo acompanhar da forma que gostaria de ter lhe
acompanhado. Mas a ausência do acompanhamento, Ver. Beto Moesch, não me retira
do foco principal. Aliás, eu costumo dizer que o jovem e competente Vereador
Beto Moesch é um excelente provocador que esta Casa tem, porque provoca, no
melhor sentido, a reflexão e a discussão. Ainda hoje, quando ele veio aqui à
tribuna, ele falava muito a respeito do desenvolvimento meramente econômico,
que não é o desenvolvimento em que acredito. Há muita gente que quer que a
Cidade cresça economicamente, mas não se desenvolva.
O desenvolvimento é composto de uma série de
situações. E todo o seu raciocínio fecha com alguma coisa que eu, que não sou
estudioso da área, mas que sou obrigado, como universalista que a vida pública
determina aos representantes populares sê-lo, sou obrigado a conhecer um
pouquinho de cada coisa.
Aqui em Porto Alegre, por exemplo, há um assunto
que se discute muito: o término da área Rural. Não é um problema apenas de
mudança de nome. Dizemos que não há Zona Rural, mas há Zona de Produção
Primária. É a mesma coisa. Trocamos a fixação na base territorial para ser
fixada na base da atividade. Até não tenho o exagero de dizer que, se alguém
vier plantar na Rua da Praia, está tendo uma atividade rural, agrícola, produtiva.
Lamentavelmente, ninguém vai plantar na Rua da Praia, pois não há nem espaço
para isso; mas é o exagero da colocação.
A senhora fez algumas afirmações sobre as quais eu
considero que toda esta Casa tinha que refletir nesta hora. Não por causa da
Revisão do Plano Diretor, porque o que nós estamos fazendo é uma mera revisão,
nós não estamos fazendo um Plano novo. Acho que nós temos a responsabilidade
perante a Cidade, Ver. Tarciso, de fazer a revisão do Plano Diretor, de cumprir
essa tarefa, é um débito que se tem com a sociedade, mas não podemos parar,
temos de continuar trabalhando, com visão até de, se for o caso, fazer um novo
Plano Diretor a partir de outros conceitos, de outros princípios, de outras
diretrizes. Será que o Plano Diretor tem de ser necessariamente esse que nós
conhecemos, cheio de regrinhas básicas que caberiam num regulamento, regrinhas
essas reclamadas por uma sociedade que quer regras claras, para saber como deve
se comportar? É natural que o indivíduo queira isso.
Por tudo isso, cara Professora, cinco minutos é
pouco tempo para eu dizer da importância da sua presença entre nós, mas o que
me sobra de tempo - já fui advertido da sua conclusão - me permite que eu lhe
diga, com muita tranquilidade e serenidade: muito obrigado. A Casa agradece a
valiosa contribuição que a senhora nos trouxe no dia de hoje, possibilitando
que o provocador Beto Moesch tivesse um tempo a mais, no sentido de fazer com
que a reflexão sobre essas situações fosse a tônica e o foco desta nossa Semana
do Meio Ambiente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Neste período
de Comunicações, em que estamos tratando o Dia do Meio Ambiente, nós temos
também a honra de receber vários militantes do Movimento Gaúcho em Defesa do
Meio Ambiente e do Fórum de Entidades que acompanha o nosso Plano Diretor.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Nosso caro
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras.
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Amanhã, 5 de junho, nós
vamos ter o Dia Mundial do Meio Ambiente, que é reverenciado todos os anos, mas
todos os dias são os dias e as noites necessárias para que se cuide, para que
nos preocupemos com o meio ambiente, com a preservação do nosso cosmo, do nosso
habitat, do planeta Terra, que é o planeta que nos dá vida, e o pai e mãe Sol,
que nos sustenta, que nos dá energia para que essa vida continue existindo.
O nosso planeta, no último século, vem sendo
agredido pela atividade antrópica, pela atividade humana, de forma sem
precedentes. Sabe-se que muitos ciclos da vida já iniciaram e já encerraram;
talvez, outras vezes, por fenômenos naturais, por choque de astros ou por
outros motivos, mas nunca pela ação dos seres vivos, dos seres que o próprio
planeta, que a própria natureza criou. E nós, humanidade, contraditoriamente a
sermos os seres dotados de inteligência, somos os que estão levando, desta vez,
o nosso planeta à exaustão, ao risco e a uma possibilidade muito concreta da
extinção da vida sobre ele.
Então esta Semana do Meio Ambiente, nós - sou o
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, juntamente com o Ver. Beto
Moesch, que é o Vice-Presidente - elegemos o tema “Pensar globalmente e agir
localmente”.
Em 2006, tivemos aqui a primeira conferência de
Meio Ambiente de Porto Alegre, a conferência se realizou na PUC, e eu tive a
honra de presidir a primeira sessão, porque eu era assessor-engenheiro do
Prefeito. E também, naquele evento, contamos com a presença do Profº Vittorio
Canuto, que é um cientista da NASA, que deve estar aposentado, mas era o
principal pesquisador sobre o tema mudanças climáticas. E ele já nos alertava
do trabalho, das preocupações com aquecimento global, que não é mais uma
preocupação, é um fato; são muitas preocupações que o envolvem, porque isso
ocupa agendas de governos, ocupa a temática da imprensa, dos debates, das
preocupações, e ele, à época, quando questionado por um estudante sobre o que
ele fazia para que houvesse menos riscos, para que diminuíssem os riscos do
aquecimento global, já dizia que passava em casa e apagava toda lâmpada que
estivesse acesa sem necessidade. É um ato muito singelo apagar uma lâmpada, mas
isso pode significar muito na totalidade, na população humana. Então esta
questão nos remete a uma reflexão da necessidade que todos nós, nas mínimas
coisas, tenhamos preocupação permanente para com a sustentabilidade do planeta
e para com o futuro da vida sobre o planeta; não é só da espécie humana,
porque, se a espécie humana destruir o planeta, destruirá toda a vida sobre o
planeta, ou a maior parte da vida sobre o planeta, pelo menos. Então atitudes
como essa devem nos referenciar como exemplo de que todos os nossos atos, desde
o uso de materiais, da escolha dos materiais, do gasto de energia, do
transporte, do comportamento, enfim todas as atitudes que nós tomamos perante a
vida têm de estar orientadas para isso.
Então, são preocupações que nos fazem refletir
neste momento, mas temos também que considerar que temos, permanentemente, em
todos os Governos, muitos avanços, mas alguns retrocessos sobre os quais temos
que fazer pelo menos um alerta para que eles mudem, não é, Ver. Beto?
Para concluir, por exemplo, nós já tivemos aqui um
Fórum de Meio Ambiente e Saneamento, que articulava as políticas públicas da
Prefeitura; não temos mais, está desmantelado, desarticulado - isso é um
retrocesso. Eu fui Coordenador do Fórum, que tinha um grande papel de embricar
e articular as políticas. Por exemplo, o Projeto Socioambiental, um megaprojeto
de mais de meio bilhão de reais, consegue trocar as opções tecnológicas para o
tratamento dos esgotos da Cidade para as menos sustentáveis; havia toda uma
orientação, todas as diretrizes para que esse Projeto fosse mais sustentável, e
foi trocado por sistemas mecanizados com mais gasto de energia, com mais gasto
de mão de obra, com mais mecanização. Eu acho que isso também tem de ser
revisto.
No Projeto Socioambiental tem três parques: o
parque linear do Arroio Cavalhada, o Parque do Morro do Osso e o Parque Natural
do Arroio do Salso que visava a preservar o único manancial que tem condições
de ser preservado ainda em situação natural de Porto Alegre. Foi excluído do
Projeto, aumentou em 200 milhões de reais o custo, passou de 350 para 550 milhões,
mas foi excluído o Parque Natural do Arroio do Salso, que era o Projeto que
tinha uma estratégia de preservar a água, de preservar uma contribuição de água
natural para o nosso sistema.
São essas e outras coisas que eu não vou ter tempo
de falar, mas nós precisamos usar estas oportunidades como momentos para
reflexão e para que todos, em conjunto, Executivo e Legislativo, possamos rever
as práticas que não são sustentáveis para o futuro.
Obrigado pela atenção. Parabéns, Professora, pela
palestra.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Professor
Miguel Sattler, da área de Sustentabilidade da UFRGS, está com a palavra.
O SR. MIGUEL SATTLER: Boa-tarde a
todos. Embora eu sendo de uma área diferente da Professora Maria Luiza - sou da
área de Engenharia e tenho, por formação, Engenharia Civil e Agronomia -, eu
certamente compartilho com ela muitas angústias, e essas angústias estão
relacionadas à atividade que nós temos pesquisado. O que nós temos pesquisado?
Eu trabalho em uma área de edificações e comunidades sustentáveis, e, neste
momento, o nosso objeto principal de estudo - e isso já há cinco anos - são as
questões relacionadas às cidades: como obter cidades, como projetar cidades
mais sustentáveis.
Nos próximos 30 anos - vamos dizer 40 anos -, nós
vamos passar por momentos cada vez mais graves em nosso planeta. A expectativa
toda é que cheguemos a um pique de população no planeta em torno do ano de
2050.
Então, como nós vamos enfrentar essa situação se,
neste instante, a gente está passando por outro pique, que é o pique do
petróleo, da disponibilidade de energia barata. E, dentro dessas facetas, algo
me angustia, digamos, há mais de 20 anos, quando eu concluí a minha tese de
doutorado, que tinha por tema destacar a importância da vegetação nas áreas
urbanas, é esse gradual desaparecimento, extinção das áreas verdes nas nossas
cidades.
Se alguém assistiu ao filme de como Cuba sobreviveu
à crise do petróleo - que todas as cidades do planeta vão enfrentar -, sabe da
importância da preservação dessas áreas verdes, inclusive para a satisfação
principalmente das necessidades de alimentos. Dentro da área de Porto Alegre,
somente 5% dos alimentos que chegam à Ceasa são originários da área urbana de
Porto Alegre. Vejam, a distância média é de mais de 500 quilômetros até chegar
aqui. O que isso implica? Implica gasto de combustível, emissão de gases de
efeito estufa para a atmosfera, contribuindo para essas mudanças climáticas em
nível global. Então, vocês vejam o que a gente observa em nível de cidade. Eu
também tenho trabalhado muito com a área habitacional desde que fui pesquisador
e técnico da Fundação de Ciência e Tecnologia, inclusive diretor de pesquisa da
instituição, e mostro o que são os nossos empreendimentos, mesmo para as
populações carentes, que começam a trazer problemas. Vejam os conjuntos
habitacionais de norte a sul do Brasil, não se deixa, muitas vezes, um metro
quadrado de área verde para as pessoas plantarem minimamente para a sua
sobrevivência e da sua família. É tudo, de repente, construído e pavimentado.
Começamos a pensar como pretendemos que seja a nossa Cidade daqui a 10, 20, 50
anos; quem está prevendo isso, diante das dificuldades que nós vamos,
inevitavelmente, enfrentar? O que se nota, tanto na área rural, como na área
urbana, é esse gradual desaparecimento de tudo que é área verde. Áreas verdes
são referidas frequentemente como vazios urbanos, que pressupõem, pela própria
palavra, que seja algo descartável, que possa ser extinto. O que vai ser a
nossa Cidade quando, na Zona Norte da Cidade, através da freeway,
ocuparem também todas aquelas áreas de banhado com áreas construídas e - por
que não dizer? - toda a área Sul, excluindo o que ainda resta de produção urbana
de alimentos. Então, são algumas reflexões que eu coloco a todos vocês no
sentido de pensar e efetivamente implementar um sistema de planejamento, de
antevisão das dificuldades que a nossa Cidade, o nosso Município,
gradativamente, vai enfrentar no futuro. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Professor Miguel Sattler pela sua intervenção. O Engenheiro Jorge Dariano
Gavronski, Diretor do Departamento de Saneamento da Secretaria Estadual de
Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, está com a palavra.
O SR. JORGE DARIANO GAVRONSKI: Boa-tarde a
todos, em primeiro lugar eu gostaria de agradecer pelo convite, em nome da
Secretaria do Governo do Estado, para participarmos desta Sessão da Câmara de
Vereadores, e também quero cumprimentar a Câmara pela lembrança e pela
oportunidade de realizar eventos como este, por enfatizar este momento de
reflexão, para todos, sobre o assunto ambiental, principalmente na Semana do
Meio Ambiente.
Eu estava escutando os Professores da UFRGS, aqui,
que, muito brilhantemente, me antecederam, e aproveito a oportunidade para
dizer que esse trabalho da Profª Maria Luiza Porto conseguiu “modelizar” os
impactos e os problemas que há em cima dessas áreas de preservação de Porto
Alegre. Gostaria também de cumprimentar pelas palavras os Vereadores e o
Professor que me antecedeu.
Sobre essa questão, quero registrar que nós
trabalhamos, ali na Secretaria de Habitação e Saneamento, com esse assunto de
habitação popular e necessidade de saneamento, que é tão importante para a
qualidade de vida das populações. É um assunto vasto e que requer recursos
fantásticos em relação aos orçamentos públicos hoje no Brasil, e nós achamos
que temos de fazer uma reflexão também.
O que está acontecendo hoje também é que nós somos
de uma geração - eu, pelo menos, estou na faixa dos cinquenta e alguns anos –
que, nos anos 70, a gente falava que havia “70 milhões em ação”, naquela Copa
do Mundo. Hoje, o Brasil dobrou a população, isso em questão de 20, 30, 40
anos, e isso aconteceu numa época em que o assunto “habitação popular e
saneamento” não foi uma coisa articulada no Brasil como um todo e nem no nosso
Estado.
Então, isso, na verdade o que está acontecendo
hoje, essa pressão nas periferias da Cidade, sobre as áreas de preservação, é
reflexo desse crescimento. E todos os indicadores demográficos mostram que
ainda nos próximos 30 anos, até 2050, a nossa população ainda vai continuar
crescendo; em ritmos menores, mas vai continuar crescendo. Então, a pressão
sobre essas áreas vai continuar muito fortemente. É necessário realmente um
planejamento muito competente, a união dos Poderes Públicos com a academia, mas
são necessários também muitos recursos nessa área de habitação e saneamento. Em
relação aos Poderes Públicos hoje - estadual, federal, municipal -, é muito
maior do que as potencialidades... Então, é importante... e eu deixo para
reflexão: quanto mais sinergia houver entre os três Poderes, criatividade neste
assunto, atenção e priorização, melhor; parece-me que isso é fundamental. Nós
precisamos ter um planejamento, sim, mas necessariamente nós vamos ter que ter
em alocação de recursos para reduzir essa pressão nessas nossas áreas de
preservação.
Olhando a Região Metropolitana de Porto Alegre -
como estou falando do Estado, estou falando não só nos arroios de Porto Alegre
-, vemos que hoje existem populações e vilas situadas nessas regiões. Não só
pelo aspecto ambiental, mas o aspecto também de condições de vida dessas
populações, nós temos que ter soluções integradas. Só assim a gente vai
conseguir melhorar a qualidade ambiental da Cidade e também melhorar a
qualidade de vida dessas pessoas. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós é que
agradecemos pela sua fala e pela representação do Governo do Estado.
O Sr. Carlos Alberto Garcia, Secretário Municipal
do Meio Ambiente, está com a palavra.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; prezada Profª Maria Luiza Porto, que
trouxe o tema; prezado Profº Miguel; Eng. Jorge Dariano; colegas Vereadores e
Vereadoras, eu quero parabenizar a Câmara por esta iniciativa de, mais uma vez,
na Semana Municipal do Meio Ambiente, fazer uma ampla discussão e também por
essa novidade deste ano no sentido de, um dia por semana, escolher um tema de
reflexão entre os Vereadores. E hoje, nessa questão da comunicação temática, a
Profª Maria Luiza fez uma constatação, um diagnóstico da atual situação de
Porto Alegre. E aí ela coloca, na sua fala, por exemplo, a questão do ambiente
natural, e situa duas áreas que julga muito importantes – e nós também –, o
Morro Santana e o Morro São Pedro. Através do Projeto Integrado Socioambiental,
o Morro São Pedro vai ser agregado como mais uma unidade de conservação de
Porto Alegre, que hoje tem o Saint’ Hilaire, o Morro do Osso e a Reserva
Ecológica do Lami. Então, Porto Alegre vai ganhar, com a questão do Projeto
Integrado Socioambiental, a área do Morro São Pedro, Vereadores; isso já está
agregado. Ao mesmo tempo, também, há uma discussão, uma reflexão para a Casa,
como estamos discutindo agora a revisão do Plano Diretor, com referência a “que
Cidade queremos”. O Engenheiro Jorge Dariano falava em 70 milhões na época, na
década de 70, e nos índices populacionais que estamos hoje. Mas eu também
lembro que, na década de 70, se projetava para Porto Alegre, no ano 2000, uma
população acima de 2 milhões de habitantes, e Porto Alegre hoje tem uma
população de menos de 1 milhão, 450 mil. E por que isso? Porto Alegre também,
em determinado momento, teve que fazer a sua vocação, e optou por não ter mais
uma vocação industrial; Porto Alegre é uma cidade de serviços; por isso a
população não teme esse crescimento, mas, se observarmos a Região Metropolitana
– e falávamos sobre isso agora com o Profº Miguel –, houve um inchaço
populacional na Região Metropolitana. Aquilo que se dizia há três décadas, que
as cidades limítrofes de Porto Alegre eram cidades-dormitório de Porto Alegre,
hoje ocorre o contrário: as pessoas até moram em Porto Alegre e vão trabalhar
nessas outras cidades. Ao mesmo tempo, houve um crescimento muito grande, de
forma desordenada, nessas outras cidades, mas, na realidade, tudo isso é a
Grande Porto Alegre. Acho que este é um momento oportuno, já que estamos numa
reflexão, numa discussão a respeito do Plano Diretor, de ver que Cidade
queremos e que modelo queremos para as futuras gerações. Muito obrigado e, mais
uma vez, parabéns à Câmara.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Nós é que
agradecemos, Secretário, por sua presença e dedicação.
A Profª Maria Luiza Porto está com a palavra, para
as suas conclusões finabis.
A SRA. MARIA LUIZA PORTO: Estou me
sentindo bastante acolhida com as colocações de todos os Vereadores, dos
senhores que fazem parte da Mesa. Fico muito feliz por ter sido entendida e
gostei muito daquela posição tomada que é “pensar globalmente e agir
localmente”. E localmente temos um privilégio muito grande: a cidade de Porto
Alegre, apesar de ter sofrido esse crescimento exponencial nos últimos tempos,
ela ainda mantém uma qualidade. Uma qualidade ambiental bastante interessante,
que poderá até ser melhorada. Mas isso está ligado a essas proposições que eu
falei, de tentar integrar os conhecimentos, os objetivos e verificar,
fundamentalmente, as reais vocações. Porto Alegre tem resiliência para melhorar
a sua qualidade ambiental, estagnar problemas que, se não houver uma ação, que
tem muito a ver com o Poder Público, nós estamos ameaçados de extinguir; porque
são os nossos potenciais naturais, por um lado, e, por outro lado, após isso,
as áreas rurais estão também ameaçadas por um crescimento, se não houver uma
regulamentação nesse crescimento e se não houver uma posição de equilíbrio para
satisfazer esses segmentos que fazem parte de Porto Alegre. Então, muito
obrigada e eu fico muito satisfeita por ter podido transmitir isso.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Obrigado,
Profª Maria Luiza Porto. Agradecemos pela presença das senhoras e dos senhores
neste nosso período de Comunicações que antecede o Dia Mundial do Meio
Ambiente. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h04min.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 16h05min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão. Solicito ao Ver. Nelcir Tessaro que
assuma a presidência dos trabalhos.
(O Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; neste período de Comunicações eu quero
aproveitar para falar de um tema que considero importante, inclusive fazer um
apelo especial ao Ver. Valter Nagelstein, Líder do Governo. Eu levantei algumas
vezes aqui, já me dirigi ao Governo Municipal, em especial à Secretaria de
Gestão, sobre a demora de uma licitação do nosso mobiliário urbano. V. Exas,
senhoras e senhores, sabem como estão degradados os nossos terminais de ônibus,
os nossos paradões de ônibus, as paradas de um modo em geral. Em frente à
Câmara Municipal, há dois anos, nós tínhamos uma parada com assentos, havia
iluminação, havia publicidade que pagava esse equipamento. Qual o problema em
Porto Alegre, Ver. Marcello? Verifiquem os terminais que há no Centro, na Av.
Borges de Medeiros. Isso é terminal que se apresente para uma cidade que quer
ser sede da Copa do Mundo? Por que o Rio de Janeiro, Salvador, Recife,
Fortaleza conseguiram colocar um mobiliário urbano de Primeiro Mundo? Porque
fizeram licitação e conseguiram que a iniciativa privada, através de
publicidade, colocasse: banheiros, tótens, bancas de revistas, outros tipos de
equipamentos como, por exemplo, isso que eu cito e venho cobrar,
sistematicamente aqui, as paradas de ônibus. Por que esse projeto, Ver. Valter
Nagesltein, está parado dentro da Secretaria de Gestão? Qual é o problema?
Quais os interesses que tem a Prefeitura de não fazer isso, se, nesta semana,
nos apresentam na CEFOR, na Comissão de Finanças e Orçamento, as dificuldades
da Prefeitura sob o ponto de vista orçamentário? A Prefeitura teve diminuição
nos seus recursos; dizem, inclusive, que nós tivemos diminuição de ICMS. Pois,
se nós temos falta de recursos, usemos a relação com a iniciativa privada.
Afinal de contas, o seu Governo não diz que faz relação público-privada? Mas
vejo que é o Ver. Adeli Sell quem tem sistematicamente proposto, aqui, ações
concretas, palpáveis, viáveis, que acontecem em todos os lugares do mundo,
inclusive no Brasil; mas não acontecem em Porto Alegre. O que está havendo,
Ver. Mauro Pinheiro, para que isso não aconteça? Olhem a situação das paradas
de ônibus! Foi um vexame nacional, há alguns dias, a parada da Av. Goethe, a
qual sofreu protesto com um galinheiro. Observem as paradas da Bento Gonçalves!
Circulem pela nova Perimetral; na frente da Câmara Municipal! O que é a
escuridão na frente do Chocolatão, da Receita Federal? O perigo que isso
significa. E as pessoas idosas, que não têm um lugar para sentar? O que custa?
Eu vi em tantos lugares, e não longe daqui; recentemente, quando fomos a
Campinas tratar dessa questão, a gente viu a qualidade da circulação e
transporte das paradas de ônibus.
Nem vou usar os meus cinco minutos, faço um apelo
ao Líder do Governo, faço um apelo à Prefeitura, eu espero uma resposta o
quanto antes. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Tarciso
Flecha Negra está com a palavra em Comunicações.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr.
Presidente; boa-tarde, Vereadores e Vereadoras; boa-tarde a todos que nos
assistem, hoje eu quero falar um pouco sobre a nossa mãe natureza e fazer um
elogio, dar os parabéns para o funcionário da SMAM, o Teixeirinha. Que lindo,
Teixeirinha! Está aqui embaixo a sua exposição, mostrando que, de um celular
sem serventia, o Teixeirinha faz uma coisa linda; daquela pilha que não tem
mais serventia, que coisa linda essa reciclagem! Meus parabéns, Teixeirinha, é
isso que nós temos que ensinar às nossas crianças e aos nossos jovens.
Na minha escolinha, na Tristeza, na Rua Padre Reus,
me lembro que eu vinha chegando e tinha uma criança em cima de um pezinho de
bergamota - elas estavam pequenininhas ainda – arrancando as frutas. Ele era
meu aluno, e eu parei e falei: “Por favor, chega aqui. O que tu vais fazer com
essa bergamota?” Ele disse: “Vou comer”. Eu respondi: ”Tenta comer!” E ele não
conseguiu. No outro dia eu trouxe várias bergamotas lindas e falei: “Agora,
prova esta aqui para tu veres!” Ele provou e achou uma delícia. Eu falei:
“Aquela pequenininha que tu arrancaste e acabou indo fora no lixo seria uma
bergamota como essa que estás comendo agora.” Então, esses dois guris
aprenderam.
Quantas vezes eu saí com a minha escolinha, vim
treinar aqui no Parque Marinha e, às vezes, o campinho estava cheio de lixo.
Era um campinho de futebol sete e eram de 15 a 16 crianças, eu dizia para eles:
“Hora da limpeza! Esse é o nosso campo, é onde vamos jogar.” E ainda
incentivava: “Aquele que colher mais lixo, mais garrafas PET, se houver
pênalti, tem direito de bater.” Era uma correria!
Incentivar a limpeza, incentivar a natureza, nós
temos que tratá-la bem, porque nós dependemos dela, sem a mãe natureza o ser
humano não vai existir. A mãe natureza está aí nos dando cada vez mais, nos
buscando, cada vez mais; nós estamos destruindo e ela se renovando. Até quando
essa mãe vai ter piedade da gente?
Então, eu acho que, para os colégios, é um bom mês
para fazer essa reciclagem, para sair com os alunos e ir ao Parque Marinha do
Brasil, como faz o Teixeirinha, catar as garrafas, os celulares, as pilhas, que
isso vai formar o lixo que vai enfear o nosso Guaíba.
E quero dar também os meus parabéns ao Governo. Eu
moro no Gasômetro e tenho passado no Parque Marinha, porque eu tenho feito a
minha maratona ali, e, quando passo na beirada do rio, vejo que o Guaíba está
ficando bonito, está ficando limpo. Muita gente tira um sábado ou um domingo
para passear no Guaíba, que está ficando bonito, com as quadras, com os
campinhos. Eu acho que chegou a hora de nós, professores, que temos escolinha,
tanto professores de futebol como da Educação, levarmos as nossas crianças e
fazermos com que elas também ajudem a recolher esse lixo, a preservar a
natureza, as árvores, para que essas crianças cresçam e possam ensinar, amanhã,
os seus futuros filhos.
Então, este é o apelo que faço aqui, e sei que muitos professores já fazem isso: vamos ensinar os nossos baixinhos a limpar a Cidade também. Acho que a terra não é de ninguém; enquanto nós existirmos, é um empréstimo que temos. Vamos deixá-la limpinha para que a gente possa viver bem. Obrigado, Sr. Presidente Ver. Adeli Sell, que esta mensagem fique. Teixeirinha! Maravilha, se todos fizessem isso aí, teríamos um mundo limpo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pela TVCâmara e pela Rádio
Câmara; Dr. Raul Fraga, meu caro correligionário, companheiro de Partido; eu
acabo de ser notificado de que foi interposta contra mim nova representação. Eu
quero dizer, em alto e bom tom - e, por favor, não compreendam como ameaça,
muito antes pelo contrário -, que, se é esse o tipo de jogo que se propõe, pois
bem, vamos jogá-lo; se o desafio se dá no campo jurídico e não no campo
político, eu me sinto absolutamente confortável, porque aí também é a minha
casa. Aliás, dizem os estrategistas: “Não se deve fazer desafio nem fazer
guerra no terreno do adversário”. Se o sentido é o de me constranger nesta
tribuna, se o sentido é o de me amordaçar nesta tribuna, se o sentido é o de me
calar nesta tribuna, para que eu não defenda mais o nosso Governo, para que eu
não defenda mais as posições políticas que eu sustento, já digo desde agora:
não vão lograr êxito! Não vão, Ver. Luiz Braz! Não vão me calar, Ver. Luiz
Braz!1 Eu não me calo, eu não me constranjo.
Eu
acho que é ruim para a Casa; aliás, eu tenho certeza absoluta de que é ruim
para a instituição. Eu acho que nós estamos, perigosamente, quebrando um
paradigma, Sr. Presidente. E quero fazer um apelo à Mesa, pois nós estamos
quebrando um paradigma: tudo o que o Vereador vier dizer na tribuna, como forma
de coação... A coação é um instrumento próprio daqueles que são totalitários,
daqueles que não sabem conviver com o diferente, daqueles que não acreditam e
não aceitam a alteridade; a coação e a mordaça são instrumentos próprios dos
regimes totalitários, e, se esse é o intuito, eu aviso desde já: na minha
essência e na minha formação, eu sou um libertário, eu não me deixo dobrar, eu
não aceito, Ver. Mauro; eu lamento, mas não aceito. Quero lhe dizer que é
lícito. Ainda lhe disse noutro dia: eu vou morrer lutando pelo seu direito,
mesmo que eu discorde, de dizer o que V. Exª acredita, e não vou compartilhar
se alguém aqui quiser censurá-lo ou cerceá-lo. Mas a mim querem, a mim querem!
E aí fica muito clara a diferença, aí fica evidente, translúcida, a fronteira
que nos divide! Eu poderia, Ver. Beto Moesch, advogado que sou, me valer também
dos instrumentos jurídicos. Eu sei que eles não são cabíveis, eu sei que eles
são injustos, mais que tudo. Ver. Pedro Ruas, V. Exª é um advogado de escol, eu
sei que são ineptos, inclusive. Ora, então eu também, porque fui chamado de
arrogante, fui ofendido, porque fui chamado de machista, a partir de uma burla,
de uma invenção de uma frase montada e que encontrou eco em meios de
comunicação e que reproduziram ipsis litteris aquilo que estava escrito,
também poderia representar: atingiram a minha honra, atingiram a minha
dignidade.
Eu acho que o nosso embate é político. Nós estamos
aqui cada qual lutando para construir – tenho certeza de que todos querem
construir um mundo ideal, cada qual no seu caminho. Agora, o que não é correto,
o que não é justo, o que não é lícito é que nós transportemos esse nosso debate
político, que é necessário, para esse outro campo. Ver. Tarciso, se tiver que
ser será. Eu já tive que responder a um, injusto, volto a dizer, que o Ver.
Todeschini opôs contra mim; estou respondendo a outro que a Verª Sofia opôs.
Volto a dizer: em nenhum dos dois vejo razões para tanto. Mas se é esse o
caminho que nós vamos escolher, embora eu tivesse feito na semana passada uma
proposta de que nós celebrássemos aqui, a bem da cidade, a bem de Porto Alegre,
a bem do próprio espírito de nossa Câmara de Vereadores, uma espécie de
armistício. Bom, mas me parece que ficou evidente que isso não foi aceito. A
mim ficou evidente mais, que o propósito é este: de me atacar, de me calar, de
me cercear, em última análise, cercear a função que eu tenho nesta Casa: de
Líder do Governo, Ver. Mauro Zacher. Porque, mais uma vez, volto a dizer, de
forma injusta, estão querendo me constranger com processos no Conselho de
Ética. Não vai dar em nada, eu posso afiançar, eu posso assegurar, por quê?
Porque é impróprio, porque é injusto, porque não é correto, porque é
improcedente, porque nós gozamos de imunidade parlamentar nesta tribuna, e, se
não gozássemos, tristes de nós: não poderíamos mais aqui defender as nossas
ideias. Mas existem aqueles que realmente não conseguem, não sabem e não
toleram conviver com o diferente, com o divergente. Não toleram! Valem-se de
todos os meios para constranger. A esses eu digo, repito - encerro, Sr.
Presidente -: não vão me calar! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Adeli Sell):
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente,
Ver. Adeli Sell; Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste
pelo Canal 16, pela Rádio Câmara e público da plateia; Ver. Valter Nagelstein,
o senhor é um grande Vereador, um grande orador, e venho a esta tribuna não
para atacá-lo pessoalmente, mas para defender a minha posição política, de meu
Partido; certamente, na maioria das vezes, estamos em trincheiras opostas.
Quero lhe dizer, Ver. Valter Nagelstein, que começarei pedindo à Presidência
desta Casa, Ver. Adeli Sell, que preside esta Sessão, que as notas
taquigráficas da sua fala anterior, como Líder do Governo, sejam encaminhadas
ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, do PMDB, do seu Partido, a respeito
das críticas que o senhor fez ao Governo Lula, a respeito da publicidade do
Governo Federal. Eu gostaria que fossem enviadas as notas taquigráficas para o
Ministro do seu Partido, porque ele poderá lhe responder a respeito da
publicidade, sobre a qual o senhor falou anteriormente.
E gostaria de lhe dizer, Ver. Valter Nagelstein,
que o senhor, como um excelente orador, realmente acho que deve estar querendo
tirar o foco das atenções do que mais importa para esta Cidade, que é o que tem
sido noticiado nos jornais, diariamente, sobre corrupção, propina no Governo
Municipal e Estadual. E, quando falo Governo Estadual, Governo do PSDB, da
Yeda, incluo o PMDB, pois o seu Partido, Ver. Valter Nagelstein, o PMDB, foi o
Partido que deu sustentação à Yeda Crusius, para que ela pudesse vencer o
segundo turno das eleições no nosso Estado, e que continua sustentando essa
farsa de Governo. Nós sabemos que há uma CPI para ser instalada, e o seu
Partido, o PMDB, é contrário. Está noticiado nos jornais por que ele é
contrário. Tem uma notícia aqui no jornal Correio do Povo, do dia 03 de junho
de 2009, a qual está dizendo que o Deputado Federal Eliseu Padilha, do seu
Partido, o PMDB, ameaça os Deputados que assinarem o Requerimento de CPI da
Assembleia Legislativa, pois poderão vir a ser investigados também. É
lamentável vermos notícias como essas. Leio também que Procurador revela
suspeitas de lavagem de dinheiro e salienta que os fatos, de inegável
gravidade, revelam indícios de formação de quadrilha, fraudes em licitações,
advocacia administrativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro, entre
outros delitos, e que foi verificado o empenho efetivo de Deputados Federais e
Estaduais que se valem da influência que detêm sobre os gestores públicos para
articular interesses coorporativos. O documento faz referência também a
remessas de valores para o exterior. Considerando somente as partes que vazaram
da investigação, não haverá de sobrar pedra sobre pedra no Estado após a
manifestação do Ministério Público Federal.
E o seu Partido é contra a assinatura da CPI, como
também é contra, no nosso Município, a CPI da Saúde. Nós protocolamos, Verª
Maria Celeste, Líder do meu Partido, pedido para investigar os indícios de
corrupção no Governo do Estado e no Governo Municipal. E nós, Vereadores desta
Casa, Ver. Todeschini, que temos obrigação de fiscalizar, que fomos escolhidos
pelo povo para fazer isso, estamos nos omitindo, aqui nesta Câmara, de fazer
uma CPI da corrupção para investigar fatos dessa natureza. É lamentável que não
façamos nada!
Procurador-Geral da República - notícia do jornal
do Correio do Povo de ontem -, Governo Estadual, certamente, o mesmo PMDB que
sustenta o Governo Yeda Crusius; Senador Pedro Simon também faz declarações
nesse sentido. É lamentável, Vereadores!
E o Ver. Nagelstein, Líder do Governo, grande
orador, desvirtua o assunto, afastando o que acredito ser o principal dever
desta Casa, que é investigar, investigar sobre propina, corrupção. Quer levar
para o lado pessoal, de publicidade do Governo Federal. É lamentável!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Só queria
fazer um Requerimento, Sr. Presidente: que o ofício que o Ver. Mauro requereu
seja encaminhado ao Ministro Franklin Martins, que é o Ministro das Comunicações
Sociais, que é o Ministro da propaganda do Governo. O Ministro Hélio Costa não
tem absolutamente nada a ver com isso, viu, Vereador? Ele não trata disso, para
conhecimento de V. Exª Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito, está
devidamente anotado.
O SR. MAURO PINHEIRO: Mudo o meu
Requerimento: que então se mande o Requerimento para os dois; também para o
Franklin, Ministro das Comunicações Sociais.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito, está
anotado.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, agradeço, desde já, ao Partido Trabalhista, aos meus amigos
Vereadores Tessaro, DJ Cassiá, Nilo Santos e Marcello Chiodo, que me cederam o
tempo para falar em nome do meu Partido.
Eu venho aqui, Ver. Todeschini, pensando muito,
porque nós temos Polícia Federal, nós temos Ministério Público, nós temos
Brigada Militar... Tem tantas pessoas para investigar, tantas pessoas para
fazer essa investigação, Ver. Mauro Pinheiro! Será que é possível nós ainda
querermos CPI e mais CPI? Eu acho, Ver. Mauro Pinheiro, com todo respeito que
eu tenho por V. Exª, que o PT tem uma “dor de cotovelo” contra a Governadora
Yeda Crusius. Porque a Governadora está organizando as finanças, Ver.
Todeschini, V. Exª sabe que está. Eu quero mais ainda: quero ver, caso essa
senhora, Yeda Crusius, seja absolvida, se vocês terão a grandeza de chegar
nesta tribuna e falar a mesma coisa que vocês falam para atacá-la todo dia.
Isso eu quero ver! Porque falar é fácil, jogar é fácil, mas eu quero ver é
sustentar. O que me parece é que essa Governadora tem trabalhado muito pelo Rio
Grande. Eu não conheço, desde que me entendo por gente, um Governador ou uma
Governadora que tenha feito tanto quanto ela está fazendo. Basta dizer que
colocou as finanças do Estado em dia!
E o Partido de V. Exª, Ver. Todeschini, teve a
oportunidade de colocar também. Vocês tiveram um Governador; vocês tiveram
Secretário que saiu abraçado com um marginal, um sequestrador - saiu abraçado!
Aquele é um Secretário de qualidade, Vereador? Vereador, quando é que um
Secretário vai apoiar um sequestrador? Em hipótese nenhuma! Eu conheço e lembro
muito bem o trabalho que o PT tinha aqui no Estado como Governador. Uma vez eu
chamei um carro da Brigada Militar para me socorrer, quando fui assaltado na
minha loja; chegou o carro da Brigada Militar 40 minutos depois, não tinha
gasolina para sair de dentro da minha loja, eu tive que colocar! Isso é que é
Governo bom? Isso é que era o Governo que fazia pelo Rio Grande? Ah, o que é
isso? Os senhores têm que olhar para trás, para o rabo dos senhores. Cada um
cuide do seu rabo! É fácil falar; quero ver sustentar!
Mais uma vez eu venho aqui defender os pequenos,
porque eu gosto de defender empresa pequena, Ver. Todeschini, eu gosto de
defender as pessoas que pensam no crescimento de Porto Alegre...
(Aparte antirregimental.)
O SR. ALCEU BRASINHA: Também gosto
de defender o Pontal do Estaleiro! Se vocês querem uma Copa do Mundo aqui, e
não pode sair um empreendimento daquele tamanho ali, então vou dizer um
detalhe: em Porto Alegre nada pode! Isso na visão de vocês, mas, quando vocês
eram Governo, tudo podia; e como podia, podia muito!
Quero dizer que venho defender os pequenos porque
acho um absurdo o que acontece contra eles. E eu não gosto muito de banco
também, acho que o banco é um desrespeito às pessoas; eles têm a coragem de
cobrar um extrato, têm a coragem de cobrar tudo, até o ar que tu respiras dentro
de um banco! E tu enfrentas uma fila de meia hora, 40 minutos para pagar uma
conta! Isso o banco tem que rever, e nós temos de fazer um Projeto,
rapidamente, para aumentar o ISSQN dos bancos. Por quê? Tem banco que faz leasing
aqui, sequer paga imposto para o Município; eles pagam para São Paulo, porque
lá é mais barato, sai de lá o leasing, eles mandam o dinheiro para lá.
Quero dizer para os colegas Vereadores que nós
temos que pensar no nosso Município, temos que pensar na nossa Cidade, no nosso
bairro, na nossa rua. E, quando passa um banco fazendo aquele festival de leasing,
nós: “Bah, será que a Prefeitura, o Município arrecadou algum trocado?”. Aí
vamos ver: no final das contas, o imposto foi para São Paulo, para Barueri, vai
lá para aquelas bandas!
Todo mundo vem aqui, apronta... O Carrefour não
aceita sequer o cartão do Banricompras em prestação, Ver. Ervino - eu acho que
eles são preconceituosos. Os caras vêm aqui, aprontam; o nosso Estado, a nossa
Cidade é só para eles virem aqui, ganhar dinheiro e mandar para outro lugar! O
que é isso? Nós temos que rapidamente pensar nesse imposto e fazer o possível
para baixarmos o ISSQN para o pequeno empresário, para aquele que tem uma
padaria, uma oficina, uma chapeação, uma farmácia. Isso, sim; estou de acordo,
e quero pedir a parceria de V. Exas, a ajuda para aprovarmos essa
redução, porque todos só têm a ganhar.
Mais uma vez, eu digo que o Carrefour faz mal para
Porto Alegre, faz mal para o Rio Grande do Sul e faz mal para o Brasil.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Passamos ao
A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em
Grande Expediente.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
assiste ou nos ouve pela Rádio Web, o tema que nos traz à tribuna hoje é
justamente o motivo da capa do jornal Correio do Povo, sobre a pesquisa
Datafolha, segundo a qual a maioria dos gaúchos acredita que há corrupção no
Governo Yeda Crusius. A partir dessa pesquisa, eu, como militante do PSOL, como
militante do Movimento Estudantil e da Juventude, comecei a fazer uma
reminiscência, uma retrospectiva dessa luta nossa aqui, no Rio Grande do Sul,
que é bandeira do nosso Partido – PSOL –, que é a luta contra a corrupção.
Esse
tema já ficou expresso na campanha de 2008 da Deputada Federal Luciana Genro em
Porto Alegre, na necessidade de se combater a corrupção no Estado e no
Município, inclusive reduzindo os gastos públicos com Cargos de Confiança, por
exemplo, no Município, para investir nas áreas sociais. E está acontecendo o
contrário no Município de Porto Alegre, pois, toda semana, o Prefeito Fogaça
manda Projetos aumentando o quadro de Cargos de Confiança e aumentando os
gastos públicos com CCs na Prefeitura de Porto Alegre.
A
nossa luta é de longa data, e não paramos a nossa investigação em relação ao
Governo Yeda Crusius nem durante a campanha. Então, hoje achei de bom-tom
fazermos uma retrospectiva para que muitos daqueles que dizem que faltam fatos
na questão da corrupção no Governo do Estado se relembrem dos fatos e
verifiquem que sobram fatos, inclusive para o impeachment da
Governadora. Essas lembranças começam em novembro de 2007, quando a operação
Rodin apontou 44 milhões de reais desviados do Detran do nosso Estado e onde 14
pessoas foram presas, entre elas, o Lair Ferst, que foi da cúpula da
candidatura da Governadora Yeda Crusius, no ano de 2006. Em fevereiro de 2008,
a CPI foi instalada na Assembleia Legislativa - a CPI do Detran -, que
investigava os preços superfaturados pelas Fundações, teoricamente, de apoio à
Universidade de Santa Maria, a Fatec e a Fundae, empresas sem licitação,
através dos contratos com as Fundações, desses 44 milhões desviados do Detran.
Em maio de 2008, começa-se o processo contra 40 pessoas, entre elas o Lair
Ferst, novamente, e o Marcelo Cavalcante. E, no mesmo mês, o Enio Bacci,
ex-Secretário de Segurança do Governo Yeda Crusius afirmou à CPI que a
Governadora sabia das irregularidades do Detran, e nada fez.
Nós,
do PSOL, investigamos todos esses fatos e afirmamos: nem os 750 mil a
Governadora teria para pagar a mansão. Aliás, existe um processo de
subfaturamento do preço da mansão, e nós entramos com um pedido na Assembleia
Legislativa de impeachment da Governadora, provando sinais de riqueza
exterior, que têm justamente a ver com a aquisição dessa mansão.
O processo de impeachment do PSOL foi
arquivado pelo Deputado Estadual Alceu Moreira, que aparece nas investigações -
olhem que casualidade - da operação Solidária, sobre o desvio de trezentos
milhões das verbas do PAC no Estado do Rio Grande do Sul, do superfaturamento
da merenda escolar, da construção de duas barragens em nosso Estado. Esse mesmo
Deputado arquivou o nosso pedido de impeachment, e colocou, em urgência,
a aprovação do aumento do salário da Governadora em 143%. A Governadora, no
início do ano ganhava sete mil, terminou um ano tendo um vencimento de
dezessete mil reais, aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado; coisa que
muitos trabalhadores não ganham o ano inteiro trabalhando, a Governadora ganha
por mês, aumentando o seu próprio salário com apoio de vários Deputados
Estaduais da Assembleia Legislativa.
Junto a isso, aconteceu a operação “abafa” da CPI,
protagonizada pela base aliada do Governo na Assembleia Legislativa, que se
recusou a ouvir o Vice-Governador Paulo Feijó, um dos que mostrou a fita em
junho de 2008. Junto a isso, as mobilizações dos estudantes no dia 11 de agosto
de 2008; as mobilizações dos professores em de dezembro de 2008, defendendo o seu
Plano de Carreira e contra os ataques que a Governadora queria fazer às
conquistas das professoras do Estado, junto com a greve que acontecia dos
bancários.
Qual é a reação do Governo Yeda Crusius? Repressão
policial; violência contra as professoras; violência contra os bancários;
violência contra os estudantes; violência contra os sem-terra, que foram
ameaçados e brutalmente atacados pela Brigada Militar, uma combinação de
corrupção, neoliberalismo e violência policial para tentar segurar o Governo
Yeda Crusius.
Dia 19 de fevereiro, nós do PSOL, a partir desse
fato, fizemos as denúncias com relação ao Governo Yeda Crusius, que todos
conhecem. Em março, Adão Paiani denuncia o uso ilegal das escutas do Sistema
Guardião, usadas para fins políticos, para chantagem política do Governo Yeda
Crusius com alguns políticos do Estado do Rio Grande do Sul. Nesse mesmo mês,
felizmente, os estudantes e o Movimento Estudantil organizam uma coletiva com
mais de 20 entidades para dizer da importância e da necessidade dos “caras
pintadas”, dos jovens, dos estudantes, da população gaúcha se mobilizar para
acabar com a quadrilha instaurada no Palácio Piratini. A partir dessa coletiva,
o Estado do Rio Grande do Sul se contagia pelas cores verde e amarelo dos
estudantes que tomam as ruas, tomam as ruas em Santa Maria, tomam as ruas em
Pelotas, tomam as ruas na cidade de Porto Alegre, tomam as ruas em Passo Fundo,
dia 26, aqui; dia 25, em Santa Maria e Pelotas; dia 30, mais de 5 mil
trabalhadores e estudantes se juntam em Porto Alegre dizendo “Fora, Yeda!” Dia
14 de abril, apesar das pressões e das ameaças da Secretaria Estadual de
Educação, fazem um apitaço dentro da escola pelo Fora Yeda. Em maio, a Revista
Veja publica trechos da fita de uma conversa entre Lair Ferst e Marcelo
Cavalcanti, confirmada pela viúva do Marcelo, Magda Koenigkan, na qual aparece,
novamente, o caixa dois do caixa dois, aparecem os 400 mil da mansão da
Governadora que não foram declarados na campanha eleitoral, mas que foram apropriados
de maneira ilegal - recursos já recebidos de maneira ilegal -, para compra da
mansão da Governadora; ou seja, para fins particulares, para causa própria.
Aparecem os e-mails do Feijó, nos quais o Vice-Presidente do Banrisul,
Rubens Bordini, é acusado de receber 25 mil reais na mochila, na mochila, sem
recibo eleitoral! Vice-Presidente do Banrisul, que era Tesoureiro, segundo eles
próprios, da campanha Yeda Crusius, que recebe dinheiro, mais uma vez, não
declarado, de doação de empresas que não aparecem na prestação eleitoral da
Governadora.
Dia 29 de maio, vem a bomba, o furo de reportagem
da entrevista do Eliseu Padilha, Deputado Federal. Investigado na operação
Solidária, que eu já relatei, afirma, com todas as letras, que há Deputados
Estaduais que se surpreenderão, caso seja aberta a CPI, porque o seu nome
aparecerá entre eles. Eliseu Padilha, investigado como facilitador entre
interesses das empresas com as licitações das obras de saneamento e merenda
escolar do PAC, como eu já disse, estima-se mais de 300 milhões desviados dos
cofres públicos, coloca-se sob suspeita os Deputados Estaduais da Assembleia
Legislativa. Todos os Deputados Estaduais que não assinaram o Requerimento da
CPI, e ele mesmo falou que, inclusive, os que assinaram terão os seus nomes
comprometidos com a operação Solidária.
Portanto, é fundamental que se coloque que, ou o
Eliseu Padilha mente, coisa que eu acho bem difícil pela situação posta no
Estado, ou 38 Deputados Estaduais da Assembleia Legislativa estão sob a
suspeita de serem coniventes, colaboradores com o desvio do dinheiro público do
Governo Yeda Crusius. Para esses Deputados Estaduais provarem que não são
coniventes, que cumpram o seu papel parlamentar e, no mínimo, assinem a CPI,
porque, como eu bem disse, sobram fatos para o impeachment da
Governadora, para dizer que chega de corrupção no Estado do Rio Grande do Sul,
para defenestrar uma quadrilha que se instala no Palácio Piratini. Felizmente,
não é só o PSOL que acha isso, 40% dos gaúchos acham que sobram fatos para o impeachment
da Governadora.
E eu, para concluir, gostaria de dizer que um
Estado como o nosso, que batalhou tanto na história do Rio Grande do Sul,
protagonista da campanha da Legalidade, protagonista na batalha pela
redemocratização, protagonista na luta pelo impeachment do Fernando
Collor de Mello, com mais de 100 mil porto-alegrenses nas ruas pedindo o impeachment
do então Presidente corrupto, tem que ser protagonista outra vez. Tem que
mostrar a força do povo gaúcho, a força dos estudantes, dos trabalhadores,
daqueles que não aguentam mais a corrupção instalada no Palácio Piratini, tem
que mostrar para o Governo Yeda Crusius, tem que mostrar para os Deputados
Estaduais omissos, tem que mostrar para toda a sociedade rio-grandense e para o
Brasil que os gaúchos seguem firmes e seguem cada vez mais fortalecidos na
batalha e na luta contra a corrupção no Governo Yeda Crusius.
Quero reiterar a minha confiança pela mobilização, pela força do povo que constrói este Estado; e quero dizer que nós podemos construir uma outra história para o Estado do Rio Grande do Sul. Cada cidadão, cada cidadã tem que ser parte dessa nossa batalha. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Encerrado o
Grande Expediente.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell;
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, como cidadão
e como representante desta Cidade, eu não gostaria, não quero participar de
manobras que possam encobrir qualquer corrupção, onde ela estiver; não vou
participar, porque, afinal de contas, eu acredito que nós, todos nós, temos que
contribuir para que a sociedade do amanhã possa ser uma sociedade melhor do que
a sociedade de hoje.
Só que, Ver. Fernanda Melchionna, com toda a
admiração que tenho por V. Exª, todos os fatos que foram relatados por V. Exª e
também tudo aquilo que foi assacado contra a Governadora, tudo isso restou
improvado. Não existe, na verdade, que V. Exª citou aqui, nenhuma prova, tanto
é que não existe nenhuma ação na Justiça contra a Governadora. Nenhuma, Ver.
Pedro Ruas! Existem muitas ações correndo em várias áreas do Governo, mas
nenhuma contra a Governadora. Então não existe, na verdade, nenhuma prova das
acusações que foram levantadas contra a Governadora. Então, quando V. Exª diz
aqui da tribuna que está conclamando a sociedade para retirar a Governadora
através de uma CPI ou um impeachment., ora, eu gostaria, primeiramente,
de saber onde estão as fundamentações das acusações feitas, e eu vou engrossar
esse corpo, porque, afinal de contas, não é porque é do meu Partido que eu vou
ficar de fora. Quando V. Exª apenas acusa sem, na verdade, mostrar os
fundamentos da acusação, eu acho que fica uma coisa leviana, sem que nós possamos
passar para a opinião pública de que estamos vivendo um momento de um Governo
corrupto no Rio Grande do Sul. Ontem, eu fazia uma comparação aqui desta
tribuna – eu não ouvi V. Exª tocar nesse assunto -, enquanto discutíamos aqui
400 mil reais em relação à casa da Governadora, ninguém fala em 600 milhões em
reais que foi o dinheiro da Petrobras utilizado de uma maneira indevida, sem
licitação, para financiar ONGs ligadas ao Partido dos Trabalhadores ou, pelo
menos, parte disso. O Ver. Pedro Ruas falou. É verdade. E eu vou dizer que o
Partido dos Trabalhadores é um Partido de corruptos? Não! Não posso falar isso,
até porque aqui, pelo menos, há uma representação maravilhosa. Nós convivemos
muito bem aqui! Há outros Parlamentares que são muito bons. Agora, acontece o
seguinte: eu não posso, de repente, ficar calado e aceitar que esses 600
milhões, que saíram para financiar ONGs a pessoas ligadas ao Partido dos
Trabalhadores, seja uma coisa menor do que os 400 mil reais que se discute com
relação à casa da Governadora, e que não tem nada provado. Com relação à casa
da Governadora não tem absolutamente nada provado! Com relação ao dinheiro que
saiu lá da Petrobras sem licitação, este sim, esse está comprovado! Eu só
gostaria de saber o seguinte: na CPI, lá do Congresso Nacional, quem é que
deixou de assinar aquela CPI? Eu não sei se o PSOL assinou essa CPI. Assinou,
Ver. Pedro Ruas? O Ver. Pedro Ruas está me dizendo que assinou, e o Ver. Pedro
Ruas conhece bastante sobre isso. Se assinou lá e assinou aqui, está
absolutamente correto e contemplado dentro daquilo que eu venho trazer aqui
desta tribuna. Mas, com certeza, se nós formos comparar aquilo que está
acontecendo lá e o que motivou aquela CPI, e aquilo que está acontecendo aqui e
que poderia motivar essa outra CPI, ora, meu Deus do céu, é um oceano de
diferença com relação a uma coisa e outra! Com toda a certeza, é bom que a
gente possa discutir tudo isso, porque, afinal de contas, nós temos que
provocar essas discussões, para que a sociedade de amanhã possa ser uma
sociedade melhor do que a de hoje.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PEDRO RUAS: Só para restar
claro, Sr. Presidente: a Verª Fernanda Melchionna não falou em nenhum momento
que o PSDB era um Partido corrupto. Falou em corrupção no Governo Yeda Crusius.
A Verª Fernanda sempre teve essa cautela. Quero deixar bem claro. É importante
registrar para os Anais.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está
registrado para os Anais.
A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Ver.
Luiz Braz, eu queria lhe dizer que a CPI da Petrobras vem para tentar
esclarecer a manobra do PSDB e do Democratas, que habilmente foi realizada no
Congresso e, portanto, ela se instalou. Mas, nós não temos medo de manobra. E
acho que assim como no Congresso Nacional, onde o seu Partido busca
esclarecimentos através de uma CPI, o senhor deveria também, aqui na Câmara
Municipal, assinar a CPI da Saúde.
Este é o grande desafio para todos nós, para os
Partidos brasileiros: manter a coerência. Porque a manobra realizada no Estado
do Rio Grande do Sul e aqui na Câmara Municipal é a mesma: um boicote para que
não se constitua uma Comissão Parlamentar de Inquérito - que é um instrumento
legítimo, Vereadores Braz e Brasinha, legal, para apurar as devidas
irregularidades. E a Verª Fernanda abordou muito bem a questão do Governo do
Estado. E aqui, também, Ver. Braz, em momento algum, desta tribuna, foram
citadas, em relação a Porto Alegre, frases em relação aos Partidos envolvidos;
nós constituímos a nossa coerência, a nossa responsabilidade, em cima de
denúncias de propina na cidade de Porto Alegre. E no Estado do Rio Grande do
Sul não é diferente em relação ao Governo; não se cita aqui o Partido da
Governadora, mas citamos, sim, a corrupção no Governo do Estado. A Verª
Fernanda fez uma análise cronológica perfeita do último período, à qual eu só
quero agregar duas questões que são importantíssimas para todos nós. A primeira
delas: por que a Governadora Yeda Crusius insiste no pagamento da suposta
dívida de 16 milhões para a empresa de guincho? Isso está no jornal, isso está
circulando pelo Estado do Rio Grande do Sul. Por que ela insiste no pagamento
de uma dívida que, para nós, ainda é suposta, que não se constituiu, que
derruba uma Secretária quando ela não reconhece essa dívida? Aí, Ver. Braz, há
indícios fortíssimos em relação à necessidade da constituição de uma CPI.
Por que o ex-Ouvidor do Estado do Rio Grande do
Sul, Adão Paiani, fala reiteradamente e denuncia tentativa de intimidação? É
isso que vemos, e lamentavelmente, também tentativas de intimidação ocorrem
neste plenário. Lamentavelmente, Verª Fernanda, temos presenciado neste
plenário tentativas de intimidação ocorridas aqui de uma forma velada e, muitas
vezes, explícita, desta tribuna. Os Vereadores têm todo o direito de entrar com
requerimentos solicitando Comissão de Ética contra qualquer Vereador desta
Casa; isso está na Lei Orgânica do Município, isso está no Regimento
Interno, isso está, senhoras e senhores, no Código de Ética dos Parlamentares.
Qualquer Vereador que se sentir ameaçado, intimidado, veladamente, pode entrar,
sim, com Requerimento solicitando Comissão de Ética.
Está no nosso Código de Ética Parlamentar: ”Dos
Atos Contrários à Ética Parlamentar – a) utilizar-se, em seus pronunciamentos,
de palavras ou expressões incompatíveis com a dignidade do cargo. “
Então, não venham para a tribuna dizer que estamos
querendo calar alguém. Pelo contrário! Nós queremos desafiá-los, todos os
Vereadores e Vereadoras desta Casa, para que busquem, sim, através da Comissão
Parlamentar de Inquérito, os esclarecimentos em relação à Saúde em Porto
Alegre. E, mais do que isso, nós queremos, sim, que sejam esclarecidas várias
denúncias colocadas nesta tribuna e várias frases, palavras, contextos
referendados principalmente à Bancada feminina desta Casa!
Portanto, quem não vai se calar, quem não tem medo
nesta tribuna são as Vereadoras desta Casa! Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, nós queremos, representando o PSOL, reiterar que nós não
aceitaremos nenhuma ameaça neste plenário, como foi feito comigo, mais cedo,
quando tentaram nos coibir, nos ameaçar com relação à utilização do
procedimento que é legal, que são as representações como a Verª Sofia Cavedon e
o Ver. Carlos Todeschini já fizeram, através da intimidação desta Vereadora,
porque ninguém aqui é criança; todos são Vereadores e, portanto, devem ser respeitados.
Quero registrar a opinião do PSOL: nós não aceitaremos as ameaças do Líder do
Governo, reiterando a posição autoritária, machista e chantagista do Ver.
Valter Nagelstein.
O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Está feito o
seu pronunciamento, que não é nem Questão de Ordem, nem Requerimento.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
Presidente, Ver. Adeli Sell; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham pelo Canal 16 da TV Câmara,
e também na Rádio Web, eu queria saudar a todos.
Hoje a Câmara Municipal, na Semana Mundial do Meio
Ambiente, teve uma Sessão, pelo menos uma parte dela, Ver. Brasinha,
extremamente importante. As colocações feitas a respeito da Semana do Meio Ambiente
eram as que a população gostaria de ouvir mais vezes, e saber o que os
Vereadores pensam da nossa Cidade no que diz respeito à conservação do nosso
meio ambiente, como fez a Professora Maria Luiza Porto, da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, que se manifestou com muita clareza, conhecimento e
profundidade, e também o Eng. Jorge Dariano Gavronski e o Profº Miguel Sattler,
professor da Universidade.
Vereadores, chamou-me a atenção o relato dele sobre
a Ceasa. Eu fui Diretor da Ceasa, conheci aquela área durante o período em que
fiquei lá. Ele falou que muitas daquelas mercadorias, Ver. Brasinha, percorrem
500 quilômetros para chegar à Ceasa, e é verdade. Voltando um pouco - todo o
mundo sabe, eu não escondo, e, quando tenho condições de falar, eu falo -,
quero dizer que sou oriundo do Interior. Meus pais eram agricultores, a maioria
da minha família é de agricultores, eu conheço com profundidade essa área e
conheço o sofrimento dessas pessoas. Eu nem pensava em ser Vereador. Nós temos
aqui, graças a Deus, uma área altamente produtiva, o nosso Cinturão Verde de
Porto Alegre, graças àqueles homens, àquelas famílias históricas que continuam
lutando, produzindo e preservando o nosso meio ambiente. Eu fui buscar esta
fotografia aqui. (Mostra a fotografia.) A TVCâmara está mostrando esta foto
para o nosso telespectador. Esta foto é do ano de 1985; eu decidi concorrer a
Vereador em 1987, e só fui concorrer em 1988. Então, a foto é anterior a isso e
me mostra tomando água nessa vertente. Sabem onde era essa vertente? Na Estrada
Cristiano Kraemer! Estou tomando água, está aqui a foto! Essa vertente fornecia
água para vários produtores daquela região, inclusive para o Sr. Antonio Bettil
e D. Irene – extraordinária família, que Deus os tenha lá no céu. A família
Bettil foi uma das maiores produtoras de hortaliças da Grande Porto Alegre e
talvez do Estado do Rio Grande do Sul, e residiam aqui, na Cristiano Kraemer,
na Vila Nova. Eles utilizavam a água dessa vertente, que era quase mineral. Só
que essa vertente não existe mais, as construções que foram feitas ali acabaram
com aquela mata nativa; ela anoiteceu e não amanheceu mais – figueiras e tantas
outras. Não tenho nada contra aquelas famílias que residem lá, pelo amor de
Deus, longe disso! São seres humanos, merecem uma moradia digna! Só que eu
estou mostrando para lembrar a história, já que amanhã, dia 5 de junho, é o Dia
Mundial do Meio Ambiente, que tanto foi debatido, hoje, nesta Casa. Acho que a
defesa do nosso meio ambiente, da riqueza, daquilo que Deus colocou em nossas
mãos, temos que preservar todos os dias, mas é bom dedicarmos uma semana, pelo
menos, para alertar a nossa população, o nosso povo e mostrar o que representa
a conservação, a riqueza do nosso meio ambiente.
Agora, vamos mais adiante: eu vou mostrar estas
fotos como um alerta para a nossa população. (Mostra fotografias.) Um alerta
para a agressão que está acontecendo nos nossos arroios, nas nossas vertentes,
quem sabe as pessoas que nos assistem pelo Canal 16, talvez em alguns colégios,
dando palestras, levem estas fotos para mostrar, porque as crianças são os
seres humanos que conseguem colocar na cabeça dos pais que não se agride o meio
ambiente, Ver. Pancinha, da forma como ele está sendo agredido! Estas fotos
aqui que estou mostrando são do arroio Cavalhada, são do arroio Passo Fundo...
Estão aqui as fotos! Olhem a agressão que vemos nestas fotos! É lixo, é pneu, é
sofá, é plástico! Depois, alguém tem que limpar isto aqui! O nosso DMLU tem que
limpar isso aqui! O DMLU retira toneladas e toneladas de lixo dos nossos
arroios, e a população não se dá conta! Nós poluímos aquilo que é a nossa
saúde, a nossa riqueza, o nosso meio ambiente!
O Sr. João Pancinha: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, quero cumprimentar V.
Exª pelo assunto que traz aqui. Eu passei quatro anos – V. Exª sabe,
conversamos muito – no DEP, que é responsável pela manutenção dos arroios,
juntamente com a SMAM e com o DMLU, e não há dúvida nenhuma de que o grande
trabalho que tem que ser feito é de educação e conscientização ambiental. Nós
temos que trabalhar, e o DEP faz isso, outros departamentos e Secretarias
também, nas escolas, nas associações comunitárias, com a criança e com o
adolescente, para que, em casa, ao verem o pai ou a mãe transgredindo alguma
norma ambiental, digam para o pai não fazer isso, não fazer aquilo. Nós devemos
ter uma consciência muito grande de que não são apenas as camadas mais
desfavorecias que utilizam os arroios para atirar lixo. A dragagem e a limpeza
do arroio Dilúvio, que é feita permanentemente já há dois anos, tira dali roda
de liga leve, garrafa de uísque 12 anos... Então, é um trabalho de
conscientização que nós temos que fazer mais amplamente, porque só assim nós
teremos um futuro melhor. Muito obrigado pelo aparte.
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado. Ver. Pancinha, a gente sabe que o DEP chegou a comprar uma máquina
pequena para poder entrar no arroio Cavalhada e desobstruí-lo de lixo e pneus!
Belo trabalho do DEP! Trabalho esse que ele não deveria ter! A população cobra
tudo do órgão público, mas é ela que atulha os arroios de lixo, o que gera esse
problema em Porto Alegre!
O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Ervino, gostaria de cumprimentá-lo, a sua
preocupação com o meio ambiente não é de hoje. Eu tive a oportunidade de, agora
mesmo, representar a Câmara de Vereadores num evento em que a PROCEMPA traz
outros participantes de todo o País, e existe uma possibilidade forte, também,
de um engajamento muito maior em nível brasileiro, inclusive desse Projeto que
já está em execução pela PROCEMPA que é o “Procempa Verde”, ou seja, é a
ecotecnologia a serviço do cidadão. Então isso existe, para vocês terem uma
ideia, e a PROCEMPA está fazendo isso, e eu mostro aqui (Mostra um documento.):
“A Tecnologia para uma vida sustentável a partir do meio ambiente”. Para que
haja essa preocupação também na tecnologia, que é uma área que nos diz tanto
respeito e que vem avançando ao longo deste século, que se tenha sempre essa
preocupação com a biodiversidade, com o meio ambiente, com as ações voltadas
para o verde. Tanto é que eles utilizam uma série de mecanismos nesse sentido,
inclusive sacolas ecológicas, o papel é reciclado. Toda a dinâmica da PROCEMPA,
agora, já está voltada para esse projeto, que é um projeto muito bom, é o
“Procempa Verde”. Eu acho que todas as entidades devem se voltar para essa
questão, e nós, como cidadãos, temos que estar permanentemente vigilantes e
ativistas nesse processo.
O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado,
Dr. Raul. Tanto V. Exª como o Ver. Pancinha, sem dúvida nenhuma, trouxeram
engrandecimento ao meu pronunciamento no dia de hoje.
O Sr. Dr. Thiago Duarte: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. Ervino Besson,
certamente essa introdução que V. Exª fez mostra por que V. Exª talvez seja um
dos mais queridos Vereadores desta Casa. E esse pronunciamento só ilustra como
é a figura humana de Vossa Excelência. No que tange ao seu pronunciamento,
quero me solidarizar com ele principalmente em relação ao arroio que existe lá
na Região do Lami, no Extremo Sul, que é o arroio do Manecão. Temos grandes
dificuldades com aquele arroio, não só pelas questões vinculadas às inundações,
como também no que tange à educação ambiental. E é importante que a gente
enfatize, frise e leve isso adiante, para que realmente nós, seres humanos, não
acabemos por destruir o meio ambiente. Parabéns. Muito obrigado.
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado, Dr. Thiago.
O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Ervino Besson, eu quero
cumprimentá-lo pelo assunto que o senhor escolheu e porque salvou a minha
tarde. Porque hoje à tarde eu só escutei aqui: o preço da casa da Yeda, não sei
o que da Petrobras, pedido de CPI não sei onde. Foi um pega-pega
extraordinário. Houve momentos em que eu já era Deputado Federal, eu me sentia
no Congresso Nacional tais os assuntos acalorados que passaram por esta Casa
envolvendo a República Federativa do Brasil! Em alguns momentos, eu pensei
assim: acho que eu sou Deputado Estadual e preciso votar na CPI da Dona Yeda!
Sabe como é que é? Vou dizer uma coisa: que tarde perdida! Meus cumprimentos! O
senhor, realmente, está defendendo um assunto que é desta Casa. Durante quatro
horas, se não fosse essa tal de Copa do Mundo que vem aí, que todo mundo
queria, e que só através dela nós vamos ter o metrô - não fosse a Copa do
Mundo, nós teríamos o metrô só no século XXII -, eu não sei o que seria desta
tarde. O senhor está de parabéns.
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado, Ver. Haroldo, melhor voz do Rio Grande.
Então, pelo que foi dito nos apartes, eu acho que a
população que nos acompanha pelo Canal 16 pode também tirar a sua conclusão.
Nós temos, sim, muitos desafios pela frente. Nós temos aqui o Plano Diretor que
vai ser discutido, Ver. Luiz Braz, caros Vereadores, o destino da cidade de
Porto Alegre, que Cidade nós queremos para o futuro, e isso está nas nossas
mãos, queridos Vereadores e Vereadoras.
Outro desafio: a Câmara não está isenta disso, a
Câmara vai ser um dos alicerces que estará lado a lado acompanhando a Copa do
Mundo em 2014. É uma responsabilidade com a nossa querida Porto Alegre, é uma
responsabilidade muito grande de cada Vereadora e de cada Vereador e de todas
essas entidades que se envolvem nessa discussão do Plano Diretor, nesse evento
de 2014, que envolve diretamente a Cidade.
Para terminar o meu pronunciamento, reforço que em
alguns momentos, nós temos o direito, até pela nossa imunidade parlamentar, de
usar esta tribuna. Nós sabemos que nós temos um longo convívio aqui na Câmara
Municipal. Se cada um de nós tem as suas famílias, nós também temos aqui, pelas
horas de convívio, uma grande família. Então, eu quero fazer um apelo, pela
responsabilidade que nós temos com o Plano Diretor, com esta Cidade e com a
Copa de 2014: vamos dar uma trégua, vamos cuidar o que se diz aqui nesta
tribuna. Como eu disse anteriormente, nós temos um convívio familiar, e todos
os Vereadores, um dia, vão precisar uns dos outros. Infeliz daquele Partido,
daquele Vereador, daquele Parlamentar que diz que só ele que sabe, que só ele é
honesto, que só ele resolve os problemas. O mundo não tem mais lugar para
pessoas que pensam assim. Não existe mais lugar para esses pensamentos, para
esse segmento. Não existe, as coisas mudaram muito. Então, eu quero fazer um
apelo aqui, pela responsabilidade que nós temos, pelo nosso convívio, como eu
já disse, no dia a dia: vamos repensar, vamos colocar uma ducha de água fria em
cima e repensar muitas coisas que foram ditas aqui, muitas acusações, porque
não é isso que a população de Porto Alegre quer. Acho que a população está
cansada de ouvir certas coisas, a população quer que nós mostremos aquilo que
nós pensamos, aquilo que nós achamos melhor para a nossa Porto Alegre. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Adeli Sell): Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h21min.)
* * * * *